Policiais militares do Paraná estão apavorados com a situação de calamidade à que chegou o Hospital da Polícia Militar, antigamente centro de referência no país entre os estabelecimentos do gênero. Pelo menos 80 mil pessoas os PMs e seus familiares dependem dele. Entretanto, hoje apenas 30% da estrutura do hospital estão em operação, salvos do sucateamento geral a que foi submetido nos últimos oito anos.
Durante este período, R$ 23 milhões que compunham as reservas do sistema de saúde da corporação viraram uma dívida de R$ 6 milhões com fornecedores e prestadores de serviço. E nem mesmo o recente aumento dos valores da contribuição descontada nos contracheques (de R$ 5 para R$ 50, no caso de soldados) será suficiente para cobrir o rombo e manter as contas em dia.
Segundo relatam profissionais que atuam no hospital, empresas de insumos médicos e laboratoriais têm se negado a atender a novos pedidos. Médicos especialistas abandonaram o serviço após meses sem receber salários. O laboratório de análises próprio está quase paralisado. Aparelhos de última geral e custos altíssimos depois que foram transferidos para um hospital privado aliás fechado em seguida pela Vigilância Sanitária!
O corpo médico militar foi reduzido a uma meia dúzia de oficiais; a maioria preferiu optar pela reserva. Pessoal temporário é contratado para cobrir as vagas abertas no quadro próprio de servidores civis na área de enfermagem.
Resultado do descalabro: pessoas morreram por falta de atendimento conveniente. Pacientes com câncer sequer são aceitos no hospital e se obrigam a procurar os precários serviços do SUS.
Olho vivo
Destino 1
Candidato a senador, Requião foi solitário a Guarapuava em busca de votos na última quinta-feira. O deputado Artagão de Mattos Leão, também do PMDB, candidato à reeleição e seu velho amigo, estava à espera. Mas aí aconteceu a surpresa: para desgosto de Artagão, Requião tomou destino diferente e foi se encontrar com o prefeito da cidade, Fernando Ribas Carli, adversário local do parlamentar. Mais: fez foto de campanha ao lado do jovem Bernardo, filho do prefeito e candidato a deputado pelo PSB, partido da coligação de Beto Richa.
Destino 2
Bernardo foi designado pela família Carli para substituir na Assembleia seu irmão, o ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho, que renunciou ao mandato no ano passado após provocar o acidente de carro que vitimou dois jovens em Curitiba. Bernardo tem boas chances de se eleger com os fortes apoios que tem em diferentes áreas políticas: Requião, Beto e pai prefeito.
Lobo mau 1
No programa de tevê de sexta-feira, Gustavo Fruet lembrou de uma lenda indígena segundo a qual todas as pessoas têm dentro de si dois lobos um manso e outro furioso. "Qual deles é o mais forte?", perguntou o tucano, candidato a senador. Ele mesmo respondeu: "aquele que a gente alimentar melhor". O lobo furioso briga com todo mundo, agride, xinga, desagrega. O outro, ao contrário, protege a alcateia, dialoga mais e não bagunça o coreto de ninguém.
Lobo mau 2
Gustavo não precisou citar nomes. Mas quem prestou atenção entendeu o recado: há um candidato a senador que só alimenta o mau que tem guardado no peito e há um outro que é da paz e da concórdia. Ele recomenda aos eleitores que é melhor para o Paraná eleger o bom.
Brimo 1
O juiz Douglas Marcel Peres, da 4.ª Vara da Fazenda Pública, aceitou denúncia contra o ex-presidente da Assembleia Legislativa Hermas Brandão, que poderá ser condenado a ressarcir os cofres públicos pelos prejuízos causados pela nomeação irregular de Luiz Abi Antoun para um cargo no Legislativo. Abi foi lotado no gabinete do deputado Beto Richa, seu primo. A irregularidade estava exatamente neste ponto: quando da nomeação de Abi, Beto já não era deputado e, portanto, seu gabinete sequer existia.
Brimo 2
A Ação Popular 50.711, movida por Gisele Loeper, pedia também a condenação de Beto, mas o juiz entendeu que "não existem indícios suficientes" de que ele teria participado ou se beneficiado do ato irregular. Mas além do ex-deputado Hermas Brandão (hoje presidente do Tribunal de Contas), responderão a processo também os deputados Caíto Quintana (PMDB) e Augustinho Zucchi (PDT), que à época eram membros da mesa diretora da Assembleia. O primo Luiz Abi teve o mesmo destino.
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