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O ex-governador Roberto Requião dizia que o melhor hospital do Pa­­raná era a ambulância – aquela que todos os prefeitos mantêm para trazer seus munícipes para tratamento em Curitiba. Para acabar com este problema, Requião "construiu, reformou ou ampliou", segundo suas contas, 24 hospitais no interior. Be­­to Richa foi ao interior gravar pro­­grama para o horário gratuito da televisão e disse ter constatado que, de fato, hospitais existem, mas não funcionam por falta de mé­­dicos, enfermeiros e equipamentos.

E, então, teve uma ideia: em vez das velhas ambulâncias chacoalhando pelas estradas cheias de pacientes, prometeu uma grande evolução no sistema – no seu governo, os pacientes virão pelo ar, em modernos helicópteros de resgate médico. Serão cinco, cada um atendendo uma região do estado. Uma maravilha.

Este é apenas um dos exemplos do Paraná-paraíso prometido nos programas do horário eleitoral do TRE pelos candidatos ao governo. A educação será de alta qualidade; a segurança pública vai funcionar como nunca; portos e empresas estatais continuarão públicos, mas muito eficientes; as crianças continuarão recebendo leite; famílias de baixa renda não pagarão luz nem água; agricultores ficarão felizes com o atendimento que receberão; prefeitos serão parceiros de todas as boas iniciativas... Enfim, quase um Jardim do Éden!

Dá para acreditar em tudo isso? É preciso tomar muito cuidado com o que os políticos prometem na hora de convencer-nos a votar neles. Pintam um quadro de possibilidades que mais se aproximam de fantasias. E, por serem fantasias na origem, não se tornam realidade no fim. Veja-se o caso famoso do pedágio, aquele que, nas campanhas de 2002 e 2006, dizia-se que, se não abaixasse de preço, simplesmente acabaria. Oito anos depois, nem uma coisa nem outra. Mas a promessa serviu para iludir o eleitorado e garantir a vitória de quem prometia o que, seguramente, sabia ser impossível cumprir com tal simplicidade sob um Estado Democrático de Direito.

Os candidatos apostam, propositadamente, na ingenuidade e na desinformação de grande parte dos eleitores – que pouco sabem das limitações orçamentárias, legais e políticas com que se defrontará o governante eleito. Os programas eleitorais são úteis e necessários – mesmo porque é por meio deles que se percebe a seriedade e a sinceridade dos candidatos.

Olho vivo

Só Gustavo 1

O senador Alvaro Dias tem dividido seu tempo em três partes nessa campanha – nenhuma delas dedicada a Beto Richa, com quem rompeu desde que se sentiu vítima de disputa desleal durante o processo de definição do nome que representaria o PSDB na corrida pelo governo estadual. A primeira parte ele dedica à atuação no Senado, onde a cada dia parece aumentar o tom da crítica ao governo Lula e à candidata Dilma.

Só Gustavo 2

A segunda parte é consumida em viagens pelo país cumprindo missões – algumas espinhosas – da campanha presidencial de José Serra. Voltou há pouco do Nordeste, mas já se prepara para, neste fim de semana, pegar o avião para o Rio Grande do Sul. O mais perto que chega da campanha eleitoral no Paraná é exclusivamente para dar apoio ao candidato tucano ao Senado, Gustavo Fruet. E nada mais.

Estranho

Como é da tradição, antigos trabalhistas como Leo de Almeida Neves e Sylvio Sebastiani reuniram-se ontem, 24 de agosto, dia do suicídio de Getúlio Vargas, em ato de homenagem ao ex-presidente diante de sua estátua na Praça Tiradentes. O deputado Rafael Greca (PMDB), embora tenha militado no brizolismo, não é exatamente conhecido por ligações com o trabalhismo histórico de Getúlio – mas lá compareceu disposto a fazer discurso. A propósito da estátua: ela foi erigida em 1956 por iniciativa de alguns militantes do PTB, dentre os quais o então estudante Edmundo Lemanski, falecido na semana passada aos 83 anos. Lemanski, sócio de Francisco Cunha Pereira Filho, exercia a presidência do grupo RPC.

Vista

O líder do governo na Assembleia, deputado Caíto Quintana, conseguiu esfriar os ânimos dos deputados que pretendiam, na sessão de ontem, derrubar o decreto do governador Orlando Pessuti que, segundo eles, poderia facilitar a troca de dívidas tributárias por precatórios. Na sessão da CCJ, Caíto pediu vista do requerimento da oposição e adiou a votação. O que provavelmente só ocorrerá com a volta de Pessuti dos Estados Unidos na semana que vem.

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