Sucessivas pesquisas vêm mostrando o crescimento da candidata do PT à Presidência, a ex-ministra Dilma Rousseff. A curva ascendente a seu favor e a descendente que vitima o tucano José Serra já animam alguns analistas a considerar que a eleição poderá ser decidida já no primeiro turno com a ressalva de que os rumos definitivos da campanha só devam ser verdadeiramente delineados a partir do dia 17, quando começa a propaganda gratuita no rádio e na televisão.
Diante desse quadro, a pergunta que se faz é: até que ponto os índices nacionais afetarão a corrida estadual? E mais: o sucesso de Dilma favorecerá a coligação liderada por Osmar Dias no Paraná? E a queda de José Serra se refletirá negativamente na candidatura do seu correligionário Beto Richa?
Atualmente, o Paraná é o único estado do Sul que coloca Serra em vantagem sobre Dilma. A diferença já foi maior; agora varia, conforme o instituto, na faixa de meia dúzia de pontos, com aparente tendência de diminuir ainda mais. Não é improvável, diante dos últimos índices divulgados, que ocorra aqui o que vem se dando em outros estados. Na semana passada, por exemplo, o Rio Grande do Sul registrou a "virada" Dilma assumiu a liderança após longa temporada de supremacia de Serra.
Não há, necessariamente, uma correspondência matemática entre a eleição nacional e a estadual. Muitos outros fatores influem para que o eleitor mantenha a desvinculação entre uma e outra. Mas a história tem mostrado que, às vezes, as dobradinhas presidente/governador dão certo.
A mais emblemática dessas dobradinhas no Paraná ocorreu em 1960, entre Jânio Quadros e Ney Braga. "Quem é Jânio é Ney; quem é Ney é Jânio", dizia o bem sacado slogan da campanha, que levou à vitória de ambos por larga margem no estado. Em 2002 e 2006 funcionaram bem as dobradinhas entre Lula e Requião, apesar da desconfiança deste último de que a ligação com o presidente poderia lhe causar prejuízos.
É bastante improvável que nasça aqui um "quem é Serra é Beto" ou "quem é Dilma é Osmar" mas será interessante observar se o contrário não poderá ser verdadeiro. Isto é, se as eventuais dificuldades para "vender" Serra ou Dilma para os eleitores paranaenses não farão com que seus nomes desapareçam das campanhas de seus respectivos correligionários.
Observemos, pois.
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Olho vivo
Vem aí 1
A mudança de critérios no sistema de cálculo da tarifas de ônibus de Curitiba poderá resultar em aumento da passagem. Mas os eleitores podem ficar tranquilos: isto não vai acontecer antes do dia 3 de outubro, segundo garantem o prefeito Luciano Ducci e o presidente da Urbs, Marcos Isfer. A mudança está prevista no contrato firmado entre o município e as empresas que ganharam a licitação para explorar o transporte coletivo da cidade.
Vem aí 2
Há um período de transição entre o atual sistema de cálculo das planilhas e o que passará a vigir em decorrência do novo modelo fruto da licitação homologada esta semana. Os dois lados município e empresas usarão o tempo para calcular os impactos econômico-financeiros que recairão sobre a operação. E se for demonstrada a necessidade de aumento, não tenham dúvidas, ele virá.
Carinho 1
Candidato a senador pelo PSDB, o deputado Gustavo Fruet falou ontem pela primeira vez sobre o carinho com que tem sido tratado pelo governador Orlando Pessuti. Em Londrina, recentemente, Pessuti, citou Gleisi Hoffmann e "esqueceu" de Requião ao saudar os candidatos ao Senado da chapa que apoia. Mais do que isso: referiu-se a Fruet como "nosso senador".
Carinho 2
Ontem, em entrevista à Band News, o deputado disse entender que Pessuti, por uma questão de fidelidade partidária, não poderá falar mais claro, mas se disse muito animado com a possibilidade de receber o voto "do Pessuti, da Regina, dos seus familiares, amigos e dessa corrente."
Conversão
O ex-governador Roberto Requião tem insistido na tese de que o irmão Eduardo foi roubado em reais e não em dólares. Diz ele que o valor em dólar foi citado apenas porque o dinheiro escondido no armário correspondia à venda de equipamentos importados feita por Eduardo ao SBT. "Ninguém daria queixa (BO) de dinheiro mal havido", reforça. A explicação justifica um presente enviado à casa do ex-superintendente do Porto: uma maquininha de calcular para que, na hora de registrar queixas, faça a devida conversão da moeda.
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