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Pouco a pouco, o PT vai se dando conta de que é melhor se afastar do ninho requianista, onde se aconchegou em 2002 em troca de alguns cargos no governo. Ganhou os cargos, mas perdeu identidade e algumas das suas bandeiras históricas. Votou até a favor da continuidade do nepotismo no estado. E perdeu também as eleições, como provam os pífios resultados que alcançou nas últimas, municipais: encolheu em votação, em quantidade de prefeituras relevantes e em substância política.

Arrisca-se a continuar perdendo em tudo se continuar atrelado aos índices de rejeição do aliado. Vai perder, por exemplo, a simpatia e os votos do magistério público – seu tradicional aliado – se apoiar a posição do governador Roberto Requião, que recorreu ao STF para derrubar a lei de Lula que definiu o piso nacional de R$ 900 para os professores do ensino básico.

Ontem, a executiva estadual do PT, presidida por Gleisi Hoffmann, decidiu insurgir-se contra Requião nesse caso. Em nota, afirmou que a lei "é uma conquista histórica dos trabalhadores brasileiros, fruto de uma antiga luta da categoria e de um firme compromisso do governo do Presidente Lula" e que o PT do Paraná continuará defendendo sua aplicação. Para completar, fez "um apelo público ao governador do Estado, Sr. Roberto Requião, para que este se retire da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4167 – impetrada no STF no último dia 29 de outubro".

A partir de agora, com essa posição clara, que denota a recuperação de alguma independência, será preciso observar, por exemplo, como se comportará o PT sobre o tarifaço previsto na "reforma tributária" estadual.

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O secretário verifica

O secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin, ficou preocupado com a informação publicada pela coluna de que empresas que fraudavam licitações para venda de remédios e insumos hospitalares em São Paulo, no valor de R$ 100 milhões, mantêm também negócios no Paraná. E mandou fazer um levantamento sobre as compras efetuadas por sua pasta junto a empresas citadas na nota.

As investigações, ainda em fase preliminar, apontam compras no valor de R$ 1.368 mil. Segundo Martin, por enquanto não foram detectadas discrepâncias quanto aos valores médios dos materiais fornecidos nem quanto à qualidade dos produtos. Mas a sindicância, promete o secretário, vai continuar.

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Transparência zero

Leia abaixo despacho do governador publicado no Diário Oficial. Ele serve de padrão para todas as autorizações de viagem a servidores do estado. É sempre assim: não há nomes, não há destino, não há finalidade, não há valores que serão dispendidos:

"Of. nº 1825/08 – Solicita autorização para afastamento, conforme especifica. "AUTORIZO, com base no Parecer nº 5049/2.008 – CTJ/CC. Encaminhe-se à origem, para as providências legais. Em 24/10/08. (Enc. proc. à SESP, em 24/10/08)."

O deputado Ney Leprevost apresentou projeto para obrigar o governo a ser transparente. Requião vetou. Agora o parlamentar quer que o veto seja colocado na pauta de votação da Assembléia e apela à maioria governista para que ajude a derrubá-lo.

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Olho vivo

Na Sibéria 1

Antigamente, os dissidentes eram mandados para a Sibéria. Hoje, vão para o Ministério Público. É o que está acontecendo com o diretor de Relações com Investidores da Sanepar, Germinal Pocá, uma incômoda pedra no sapato de muita gente dentro da companhia. Pois Germinal terá de responder ao Ministério Público porque recebe dois salários no estado – um como diretor da Sanepar, outro como funcionário do quadro efetivo da Secretaria do Planejamento.

Na Sibéria 2

O constrangimento ao diretor foi criado na última reunião do Conselho de Administração da companhia, que tomou conhecimento da dupla (e ilegal) remuneração. Segundo a ata da reunião, Germinal explicou que o cargo no Planejamento é resultado de uma ação judicial e se dispôs a apresentar documentos que comprovariam ter buscado a regularização da situação junto aos órgãos estaduais. Pelo sim pelo não, no entanto, o Conselho decidiu enviar o caso ao ministério Público e à Procuradoria-Geral do Estado.

Eterna?

O esforço é grande, mas ainda não se sabe se é suficiente para manter viva a aliança Osmar Dias/Beto Richa – constantemente ameaçada pelos que defendem a candidatura de Richa ao governo em 2010 em detrimento da de Osmar. Ontem, os dois se reencontraram em almoço para trocar juras de fidelidade recíproca – que será eterna enquanto durar.

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