No próximo domingo, o PT fará a festa em Colombo, na Associação Banestado. Será uma confraternização de fim de ano e também marcará a renovação da direção estadual, já eleita há dias. É aguardada a presença da ministra Dilma Rousseff, na condição de pré-candidata à Presidência. Só uma festa, dizem os petistas, mas a discussão sobre as opções na eleição estadual serão o prato principal das conversas e da reunião do diretório estadual que acontecerá no sábado dia 12.
A indefinição da aliança entre PDT e PT aumentou a possibilidade de coligação entre PT e PMDB. Aliados nos governos federal e estadual há sete anos, PT e PMDB rumavam para caminhos diferentes na eleição de 2010, por vários motivos. Embora convivendo no governo estadual, muitos petistas se mostram incomodados com as críticas que Requião faz a políticas do governo federal.
Chapéu alheio
Para as principais liderança do PT, Requião se beneficia das políticas sociais do governo Lula, aufere ganhos de popularidade, mas desce o sarrafo na política econômica. Critica os juros do Banco Central, mas apresenta como se fossem seus os programas para a agricultura familiar com juros menores que a inflação. Assim, o governo do estado, sem onerar seu orçamento, acaba por administrar recursos federais também destinados a outras áreas, como saneamento, turismo, educação, esportes. Indústria e comércio que buscam financiamentos no BRDE nem sempre sabem que a origem do dinheiro que tomam é o BNDES. Mas não são apenas esses os motivos da opção inicial por trilharem separadamente. No PT não se vê, da parte do PMDB, disposição real de apostar na candidatura do vice-governador Orlando Pessuti. São muitos os sinais de que o PMDB, a começar por Requião, passando pela bancada estadual, não aposta na candidatura de Pessuti. Requião não parece muito empenhado em preparar o terreno para que Pessuti seja seu sucessor e mais de metade da bancada estadual já tem compromisso, aberto ou velado, com Beto Richa para 2010.
"Tão longe de mim distante"
O verso é da música "Quem sabe", de Carlos Gomes, seguido de outro que parece bem apropriado para retratar a fluidez que tomou a ligação PT-PDT. Diz assim o segundo verso: "Onde irá, onde irá, o teu pensamento?" O PT se aproximou do PDT e de Osmar Dias pela via federal. Embora sem tradição de alianças no estado, os dois partidos governam juntos em Brasília. O PDT tem o ministro Carlos Lupi e Osmar tem sido apoiado do governo. Lula chegou até a pensar nele como seu líder no Congresso. Mas há entraves para a formalização da aliança. Lideranças petistas que defendem a aproximação notam que uma ala do PDT não quer se coligar com o PT, como aliás também ocorre no partido de Lula. Um dos motivos seria o temor dos pedetistas de reações negativas em sua base principal, o agronegócio, a uma coligação com o PT.
Plano B
Assim, Osmar e lideranças do PDT têm priorizado, em suas tentativas de coligações, o debate com o DEM, o PPS e mesmo o PSDB, ainda acreditando que Beto Richa, por algum motivo, pode não sair candidato, abrindo espaço para reeditar a aliança de eleições passadas.
À medida que o tempo passa, não poucos e importantes petistas passaram a enxergar que o partido virou apenas uma segunda opção para Osmar. Com isso, a resistência a aliar-se com ele também cresce. Prefeitos e deputados do PT com base no interior do estado observam a movimentação de Osmar com o deputado Lupion, do DEM. As articulações da direção do PDT com o PPS e com o PSDB também têm servido para aumentar o ceticismo em relação a estarem juntos em 2010. Desse cenário, o PT já considera com mais vigor a opção de aliança apoiar Pessuti. É tudo, aliás, o que o vice-governador mais quer.
Ao contrário de Osmar, Pessuti não hesita em oferecer apoio a Dilma, condição cobrada pelos petistas para a aliança. Todo mundo concorda que as decisões somente serão tomadas depois de abril, quando se encerra o prazo para que Requião e Beto Richa renunciem aos cargos para poderem concorrer. Mas o desdobramento pode ser diferente um plano B do PT no qual figuram como pré-candidatos o ex-prefeito de Londrina Nedson Micheleti e a secretária estadual de Ciência e Tecnologia, Lygia Pupatto.
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