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"Quem pretende transformar a realidade, precisa caminhar na direção da organização e da mobilização da sociedade."

Do deputado Waldyr Pugliesi, líder do PMDB na Assembléia, inspirando-se no Conselheiro Acácio – aquele personagem de Eça de Queiróz que revestia suas falas de aparatoso vazio.

Desvenda-se aos poucos o real objetivo da visita do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fialho, ao Porto de Paranaguá, na quinta-feira passada. Planejada cuidadosamente, a intenção era convencer o visitante a destituir o presidente do Conselho da Administração Portuária (CAP), Hélio José da Silva.

Hélio é um dos "calos" que apertam os sapatos dos irmãos Requião – o governador, Roberto, e o superintendente dos Portos, Eduardo. Sob sua direção, o Conselho tem barrado a maioria das resoluções – consideradas arbitrárias e tecnicamente inviáveis – baixadas pela administração portuária. Por isso eles pediram a Fialho o imediato afastamento do presidente do CAP.

O presidente da Antaq foi reticente, mostrando não estar disposto a destituir seu funcionário, mas informou que, como de praxe, atenderia ao pedido se ficasse constatada qualquer irregularidade de Hélio Silva na condução do Conselho.

Ontem, a Justiça Federal de Paranaguá pode ter colocado uma pá de cal no projeto do governo de conseguir a destituição. Ao julgar o Mandado de Segurança n.º 2007.70.08.000543-0/PR, impetrado por representantes dos trabalhadores no CAP, a Justiça rechaçou todas as alegações e avalizou os procedimentos de Hélio Silva.

O círculo de proteção em defesa do presidente do CAP deve se ampliar hoje, com a divulgação de uma nota de apoio assinada pela maioria das organizações que compõem a comunidade portuária.

Resumo da história: se a Antaq destituir Hélio Silva, só vai aumentar os já graves problemas no porto.

Todo mundo tem um pouco

Conta-se que os dois mais tradicionais hospitais psiquiátricos de Curitiba – o Nossa Senhora da Luz e o Bom Retiro – tiveram como diretores médicos cujos nomes confundiam muito quem telefonava para falar com eles. Um desses médicos era o dr. Alô Guimarães; outro, o professor Napoleão Teixeira. A confusão e o non sense se estabeleciam quando alguém pedia à telefonista para transferir para o diretor.

– Alô?

– Sim, é o Alô!

– Pode me passar para o diretor?

– É ele mesmo, Alô!

Não é preciso prolongar o diálogo para imaginar a "loucura" que se instalava.

Em outro tempo, não era menos constrangedor ou surreal ser atendido por Napoleão – "Aqui é o Napoleão!", dizia com muita verve o velho diretor, sabendo que seu nome lembraria o Bonaparte, indefectível personagem do rico folclore psiquiátrico.

O tempo passou e, hoje, quem liga para o diretor do Hospital Nossa Senhora da Luz se espanta ao ser atendido por alguém que se identifica como Requião – na verdade o competente médico Dagoberto Requião... que não entende porque seus interlocutores riem tanto.

Olho vivo

Engano 1 – Está confirmada para quinta-feira, às 10 horas, a audiência com os presidentes da Sanepar, Stênio Jacob, e do Conselho de Administração da estatal, Pedro Henrique Xavier. Por isso só pode ser um engano na administração da agenda da Assembléia a decisão anunciada ontem de que foi marcada para o mesmo dia e horário uma homenagem dos deputados à APP-Sindicato.

Engano 2 – Mas também pode não ser um engano. Há quem desconfie de que a coincidência foi proposital, com o objetivo de diminuir a presença de deputados no depoimento dos dois dirigentes da Sanepar. Eles têm muito a responder sobre o caso Pavibrás – coisas sobre as quais o governo preferiria o silêncio. O presidente da Assembléia, deputado Nélson Justus, será solicitado hoje a resolver o problema.

Mãos limpas – O líder da oposição na Assembléia, deputado Valdir Rossoni, vai apresentar hoje pedido de informações sobre procedimentos da Paraná Cidade. Irregularidades na área teriam sido reveladas por Requião, ontem, durante a reunião da comissão "Mãos Limpas", referindo-se a denúncias de que prefeitos têm sido forçados a contratar serviços de consultoria nas áreas de urbanismo e advocacia junto a empresas direcionadas.

Na gênese – O deputado Douglas Fabrício (PPS), tem certeza de que é inconstitucional o projeto do colega Luiz Fernandes Litro tornando obrigatório o pagamento do "Selo Qualidade Paraná", instituído pelo governo e emitido pela ONG Instituto Genesis. Além disso, o deputado estranha também a falta de licitação para a escolha do Genesis para realizar o trabalho.

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