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A engenheira Elma Romanó permanece presa na cela X18 do Centro de Triagem Feminino, em Curitiba, sob suspeita de chefiar uma quadrilha de fiscais do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que facilitava desmatamentos ilegais na região dos Campos Gerais, em troca de gordas propinas supostamente pagas por fazendeiros.

Talvez ela passe a responder ao processo em liberdade a partir da próxima quinta-feira, quando se completará um mês da prisão de que foi vítima.

Para quem não se lembra: Elma Romanó ocupava desde 2004 a diretoria regional do IAP em Ponta Grossa. Assim que assumiu o cargo, constarou inúmeras irregularidades na área e as denunciou aos seus superiores, à Ouvidoria Geral, ao Ministério Público e à Polícia Federal. Pediu o afastamento de funcionários e policiais militares que atuavam na fiscalização ambiental, autores, segundo ela, de concessões criminosas de licenças para desmate.

A partir de então, sem contar com apoio dos seus chefes, passou a receber ameaças contra a própria vida, a ponto de precisar trabalhar protegida por colete à prova de bala. Até que no dia 12 de junho último pediu demissão do cargo em carta que entregou ao governador Roberto Requião.

Em seguida, a Polícia Civil deflagrou a "Floresta Negra" – uma aparatosa operação que prendeu alguns dos supostos envolvidos nas irregularidades. E que incluiu Elma Romanó – que de denunciante dos fatos passou à condição de principal suspeita.

Ninguém acredita no seu envolvimento. Seu histórico profissional não autoriza levantar suspeitas contra ela. Por isso, é unânime entre os ambientalistas a desconfiança de que as acusações contra Elma obedecem a uma lógica baseada em duas motivações: a) vingança; e b) manter os verdadeiros culpados sob proteção.

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Esse jogo é pra valer?

O PMDB começa hoje à noite a escolher o nome daquele que será o seu candidato à prefeito de Curitiba na eleição do ano que vem. O processo tem aparência democrática: os cinco postulantes serão submetidos nesta e na segunda-feira que vem a uma bateria de questões que envolvem a administração municipal. Quem se mostrar mais apto terá seu nome levado à aclamação dos convencionais em junho do ano que vem.

São eles o ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca, os deputados federais Rodrigo Rocha Loures e Marcelo Almeida, o estadual Stephanes Jr. e o reitor da UFPR, Carlos Moreira Jr.

Tudo não passaria de um jogo de cartas marcadas. A começar pelo fato de que um dos pretendentes, Stephanes Jr., vem sendo seguidamente repudiado pela direção partidária em razão das posições independentes que freqüentemente toma na Assembléia. E também porque, ao longo dos últimos dois anos, Requião deu inúmeras pistas de que seu candidato "in pectore" é mesmo o reitor Carlos Moreira Jr. Contrariar o "dono" do PMDB do Paraná quem há de?

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Olho vivo

Repouso – O senador Flávio Arns fica fora de combate por alguns dias: ele se submeteu a uma cirurgia para retirada da tireóide e obedece a repouso recomendado pelos médicos. Por isso – Arns se justifica –, não estará presente ao café da manhã que a Associação Comercial do Paraná (ACP) promove hoje com a senadora Kátia Abreu, Democrata do Tocantins, relatora que votou contra o projeto de prorrogação da CPMF. Os irmãos senadores Osmar e Alvaro Dias confirmaram presença.

Cingapura – O Brasil ocupa a 61.ª posição num ranking mundial de eficiência dos portos, segundo reportagem publicada na revista Veja que está nas bancas. São usados exemplos extremos no quesito da produtividade: o melhor país é Cingapura, capaz de processar todas as etapas de desembarque de um contêiner em apenas três dias e ao custo unitário de 311 dólares. O pior é o Afeganistão, na 150.º lugar do ranking).

Paranaguá – O Brasil ocupa uma posição média, mas horrível: aqui se consome duas semanas e se gasta 1.145 dólares por contêiner. E sabe qual é o porto brasileiro usado como referência? Isto mesmo – o Porto de Paranaguá, freqüentemente citado pelo governador Roberto Requião como "um dos melhores portos do mundo" e seu superintendente, o irmão Eduardo Requião, o melhor administrador portuário do planeta.

Madselva – O dia deve começar hoje com novo agito no Colégio Estadual do Paraná. Professores, estudantes e pais foram novamente convocados para manifestação contra a permanência da professora Madselva Feiges na direção geral da maior escola pública do Paraná. Os protestos, que antes eram dirigidos diretamente contra os métodos da diretora, considerados autoritários e antipedagógicos, deverão se estender agora ao secretário da Educação, Maurício Requião, que a despeito das reclamações de toda a comunidade, confirmou na semana passada a permanência da diretora.

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"É lamentável que órgãos da imprensa saiam em defesa dos poluidores."

Da diretora de meio ambiente da Sanepar, Maria Arlete Rosa, jogando para os veranistas a responsabilidade pela poluição nas praias e fazendo uso da mesma técnica difundida pelo governo de culpar imprensa por tudo.

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