Olho vivo
Nego 1
O ex-secretário de Segurança Luiz Fernando Delazari atualmente assessor no gabinete do senador Roberto Requião nega ser a fonte anônima das notícias que implicam o casal ministerial Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo de, supostamente, ter se valido de aviões ofertados por empresários para viagens particulares conduta condenada pelo código de ética do funcionalismo federal. Delazari assegura que nunca dispôs de quaisquer informações a respeito e que, portanto, não alimentou as reportagens que constrangeram os dois ministros paranaenses.
Nego 2
Os esclarecimentos de Delazari transmitidos à coluna pelo deputado João Arruda, sobrinho de Requião , decorrem da nota publicada na última quinta-feira, segundo a qual o Palácio do Planalto havia identificado as digitais do ex-secretário nas denúncias contra Gleisi e Paulo Bernardo. Arruda acrescentou: Delazari mantém boas relações de amizade com os dois ministros e não tem conhecimento nem motivos para difundir notícias que os desabonem.
De profundis 1
Operadores portuários de Paranaguá estão alarmados com informações que os levam a acreditar que a dragagem completa do Porto só será concluída em 2014 isto é, praticamente já no próximo governo. Valendo-se de declarações públicas de um dirigente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), os operadores entenderam que o governo estadual pretende entregar ao governo federal a responsabilidade de executar as dragagens de manutenção e de aprofundamento num só processo. O que fatalmente, em razão dos longos prazos prévios necessários (licenças ambientais e licitações), levaria o início dos serviços para o ano de 2013.
De profundis 2
Confrontada com a desconfiança dos operadores, a Appa informou que mantém a previsão de iniciar a dragagem de manutenção (calado de 12 metros) no princípio de 2012 com recursos próprios. E que, logo após concluída esta etapa, com duração de oito meses, o governo federal já estaria apto a aprofundar os canais de acesso e a baía para 14 a 16 metros. Tudo ficaria pronto em 2013.
Está nas mãos do conselheiro Artagão de Mattos Leão a responsabilidade de decidir sobre a legalidade do ato praticado pela prefeitura de romper unilateralmente o contrato com a Consilux empresa que prestava, até março passado, os serviços de operação do sistema de fiscalização eletrônica do trânsito de Curitiba. O distrato ocorreu dois dias após a Consilux ser acusada no programa Fantástico, da Rede Globo, de fazer parte de uma máfia que fraudava licitações e manipulava registros de multas de radar.
Depois do rompimento determinado pelo prefeito Luciano Ducci, o Tribunal de Contas pediu esclarecimentos à prefeitura e à Urbs, órgão municipal que faz o gerenciamento do trânsito da cidade. À primeira vista, o TC entendeu que a decisão poderia ser ilegal e prejudical aos cofres públicos, ao mesmo tempo em que proibiu a abertura de novas licitações para contratação de nova empresa.
Ouvidas todas as partes, as equipes técnicas do TC já teriam concluído o trabalho, faltando tão somente o relatório final do conselheiro Mattos Leão, que tanto pode concluir pela responsabilização do município quanto isentá-lo. É tudo ainda um grande mistério.
Enquanto isso, a Urbs trata de se certificar da segurança do sistema de radares e lombadas eletrônicas parte sobre a qual foram lançadas as maiores suspeitas. Teria a Consilux condições técnicas de interferir nos registros eletrônicos para livrar de multas os infratores que quisesse? Ou a própria Urbs poderia fazê-lo sempre que achasse conveniente? As dúvidas a esse respeito não foram dirimidas desde que um funcionário da Consilux foi gravado afirmando que tais manipulações seriam, sim, possíveis exatamente o ponto em que o prefeito Luciano Ducci se apegou para cancelar o contrato com a empresa.
Um edital de licitação publicado na sexta-feira revela que a Urbs não tem muita certeza. Ou melhor, que quer provar que realmente o sistema é seguro. O edital prevê a contratação de "serviços de auditoria dos sistemas fixos de fiscalização eletrônica" com o objetivo de "verificar a confiabilidade dos equipamentos, bem como do sistema de comunicação, transmissão, processamento e arquivamento das imagens geradas".
O edital leva o número 021/2011com previsão de recebimento e abertura dos envelopes para o dia 16 de setembro. Não há informações sobre o preço máximo que a Urbs pretende pagar pelo serviço e nem se poderia recorrer às certificadoras estatais Tecpar e Ipem.
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