Olho vivo

Pressa

A pressa é inimiga da perfeição: o Tribunal de Justiça interpretou mal um simples pedido de informação que lhe foi encaminhado pelo STJ e entendeu que deveria julgar um novo pedido de habeas corpus em favor de Abib Miguel, o ex-diretor da Assembleia implicado nos desvios de recursos e preso há cinco meses. Tanto entendeu mal que o próprio desembargador encarregado das emergências, Lídio Rotoli de Macedo, despachou o assunto para providências da Câmara Criminal à qual o processo está vinculado. Desfalcada de membros, a expectativa era de que a Câmara, enfim, concedesse o HC pretendido pela alvoroçada defesa de Bibinho.

Tudo certo

O Tribunal de Contas julga na sessão de hoje um voto que dá à prefeitura de Paranaguá salvo-conduto para conseguir a liberação de verbas federais e estaduais. A não regularização até hoje de uma pendência que data de 1995 (o prefeito era Carlos Tortato) impedia a prefeitura de obter tais recursos, mas hoje será votada medida que concede uma certidão liberatória – mesmo com a persistência da irregularidade.

Continua e sobe

As seis concessionárias conseguiram liminares que lhes permitirão implantar o aumento de 5% nas tarifas a partir de amanhã. A última a obter a decisão judicial foi a Rodonorte, já no início da noite de ontem.

CARREGANDO :)

O governo de Beto Richa começa a tomar "cara". As salas fechadas nas quais são decididos os nomes que comporão seu secretariado têm paredes providas de ouvidos sensíveis. Ontem, tais paredes informaram que o deputado tucano Luiz Carlos Hauly será o secretário de Finanças – uma surpresa, pois as apostas mais fortes colocavam o economista Luiz Eduardo Sebastiani, secretário das finanças da prefeitura de Curitiba, nessa estratégica posição. Sebastiani será secretário da Administração.O deputado Gustavo Fruet, "quase senador", também tem lugar reservado na equipe: será o secretário de Desenvolvimento Urbano, pasta que, além de recursos relativamente abundantes, permite ao seu titular produtivos contatos administrativos e políticos com os 399 prefeitos do estado. Fator importante para Gustavo, que, como candidato a senador, provou ter potencial para enfrentar e vencer uma eleição majoritária. Faltaram-lhe pouco mais de 100 mil votos para derrotar o ex-governador Roberto Requião.

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A vaga de secretário do Desenvolvimento Urbano é também disputada pelo deputado eleito Rubens Bueno, presidente estadual do PPS. Suas chances talvez tenham sido dissipadas, mas é certo que ganhará outra posição no secretariado, ainda não definida.

Além do senador Flávio Arns, já anunciado como secretário da Educação, confirma-se também o deputado Durval Amaral na Casa Civil, assim como o médico Michele Caputo na Saúde. O deputado federal Cesar Silvestre também surgiu nos últimos dias na lista dos secretariáveis, mas as paredes não souberam identificar com clareza o lugar que Beto Richa destinará a ele.

O irmão do governador, José Richa Filho, o Pepe, já sabe para onde vai: será para a Secretaria do Planejamento. Antes, ele chegou a ser cogitado para a Secretaria dos Transportes, pasta à qual está afeto o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), do qual foi diretor durante o governo Jaime Lerner.

Para a presidência da Copel o nome que até o fim de semana era tido como certo – o do engenheiro Lindolfo Zimmer – sofreu a resistência de outros setores. E a designação oficial, que deveria ter ocorrido no último domingo, foi transferida para amanhã. Pode surgir outro nome.

Se três deputados federais eleitos forem mesmo confirmados em secretarias (Hauly, Silvestre e Bueno), três suplentes assumirão a Câmara, um deles Affonso Camargo, artífice da candidatura de Beto ao governo.

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Alvaro

A escolha do deputado Luiz Carlos Hauly gera especulações. Político histórica e politicamente ligado a Alvaro Dias, a nomeação de Hauly seria um sintoma de que teriam sido aparadas as arestas que separam o senador de Beto Richa? Como se sabe, as relações entre ambos foram rompidas desde a disputa que travaram pela primazia de ocupar a vaga de candidato ao governo pelo PSDB no início do ano.

Boas fontes dizem que uma coisa nada tem a ver com outra: o deputado tem demonstrado voo próprio desde aquele episódio. Ele preferiu se omitir naquela disputa, distanciando-se de Alvaro, de quem foi, aliás, secretário das Finanças durante seu governo (1987-90).