R$ 5.191.400 foi o gasto que nove órgãos do governo estadual fizeram com cartão de crédito corporativo do início de janeiro até agora. A média mensal de despesas nesta modalidade dá outra pequena fortuna: R$ 860 mil, valor com o qual, segundo a Cohapar, seria possível construir 70 casas populares de 40 metros quadrados a cada 30 dias.
As despesas naquele montante com cartão de crédito estavam registradas até o último dia 11 no site Gestão do Dinheiro Público, mantido pelo governo estadual. Frise-se a data em que os dados foram coletados, pois consultas realizadas nos dias seguintes mostraram algo incrível: muitos dados sumiram misteriosamente do site.
Por coincidência, o sumiço se deu logo após o surgimento das primeiras revelações feitas por esta coluna na segunda-feira, dia 9, e repercutidas no dia seguinte na Assembléia. Naquela data, os gastos do gabinete do governador com cartão de crédito somavam R$ 955 mil. Sexta-feira, com a providencial retirada de vários itens, estavam reduzidas a R$ 335 mil!
O setor que mais gastou este ano com cartão foi a Secretaria da Educação, com R$ 1.618.000. Mas também aparecem com quantias volumosas as secretarias dos Transportes (R$ 1.111.400), do Meio Ambiente (R$ 368.000), Agricultura (R$ 710,5 mil) e Comunicação Social (R$ 218 mil). O Porto de Paranaguá gastou R$ 157.069,27. E a extinta Fundepar, apenas em janeiro, R$ 153 mil.
Na quase totalidade dos casos, as despesas são justificadas para cobrir gastos com viagens de funcionários (passagens, refeições e hospedagem). Duas coisas cheiram mal nessa história e inspiram perguntas (im)pertinentes: os servidores, quando viajam, não recebem diárias para cobrir tais despesas? E por que se viaja tanto, se come tanto e se hospeda tanto neste governo?
O acordo AlvaroRequião
O que já se desconfiava parece agora que começa a tomar forma: há um acordo em marcha entre o senador Alvaro Dias e o governador Roberto Requião (tidos como adversários) com vistas às próximas eleições. Os sinais ficaram claros com a entrevista de Alvaro, publicada na sexta pela Gazeta, quando revelou pelo menos quatro coisas importantes: 1) é candidato a governador em 2010; 2) está insatisfeito com o PSDB, o seu atual partido; 3) não pretende fazer oposição ao governo Requião, ao contrário do que decidiram os tucanos; 4) pode (por que não?) voltar para o PMDB.
O acordo AlvaroRequião favorece as duas partes. Requião precisa se eleger para um cargo parlamentar, no mínimo para manter a imunidade e enfrentar com mais conforto as centenas de processos que correm na Justiça contra ele. E imagina que uma "dobradinha" com Alvaro (mais do que com Orlando Pessuti) como candidato à sua sucessão garante-lhe tranqüilidade para eleger-se senador.
Já para Alvaro, a primeira vantagem é contar com o apoio da máquina de governo e com a estrutura do PMDB no interior. A segunda é garantir legenda, já que perdeu o controle do PSDB, comprometido com a aliança com o PDT. Desta aliança, sairá um candidato ou o senador Osmar Dias (mais provável) ou o prefeito Beto Richa (que ainda depende da reeleição em 2008).
Este não seria o primeiro bom acordo de Alvaro em sua carreira política. Na eleição de 98, elegeu-se senador com as bênçãos silenciosas do então governador pefelista (e candidato à reeleição) Jaime Lerner, que, para beneficiar o neo-aliado, não lançou candidato a senador pelo próprio partido. Em troca, Lerner evitou que Alvaro apoiasse Requião, que também concorria ao governo estadual. Resultado: Lerner e Alvaro Dias se elegeram com facilidade.
Alta de preços deteriora popularidade de Lula no Nordeste e impõe desafio para o PT na região
Sob o comando de Alcolumbre, Senado repetirá velhas práticas e testará a relação com o governo
A diplomacia lulopetista se esforça para arruinar as relações Brasil-EUA
TRE-SP cassa mandato da deputada Carla Zambelli
Deixe sua opinião