"Jamais aceitaria essa missão de vir a ser presidente se não puder implantar o meu sistema de administrar a Casa." Quem diz isso é o deputado Valdir Rossoni (PSDB), que já está em campanha para disputar a presidência da Assembleia no dia 2 de fevereiro, representando a base aliada do futuro governador, Beto Richa.

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Segundo ele, para resgatar a credibilidade perdida do Legis­­lativo paranaense, vai tomar "atitudes contundentes, duras, firmes e determinadas".

O candidato certamente sabe o tamanho do desafio que ele próprio assumiu e promete enfrentar. Tornar a Assembleia uma instituição respeitável não será tarefa fácil, depois de décadas de descontrole, num cenário em que prosperaram as criações de gafanhotos e de fantasmas – grande parte disso tudo para encher os bolsos de alguns graduados funcionários da Casa. Mas "é isso que a sociedade espera, e os deputados sabem disso". Rossoni reconhece que "parte desse trabalho já foi iniciada". Logo, há outra parte que ainda não. Que parte seria essa o parlamentar não especificou.

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Uma das partes não cumpridas até agora e que "a sociedade espera" que seja feita o quanto antes é, por exemplo, que voltem para os cofres públicos os calculados R$ 100 milhões que teriam sido desviados ao longo de várias administrações. A sociedade espera, também, que todos os fatos que levaram ao desacalabro sejam muito bem esclarecidos e que a Assem­­bleia contribua para a punição exemplar dos que forem identificados como culpados – sejam eles servidores ou deputados.

Pois, de fato, que não se culpe e não se puna apenas servidores, quando se sabe não serem eles os únicos autores e nem os únicos beneficiários dos tristes rituais celebrados nos porões da Assembleia – bem ao contrário do quis fazer crer a Comissão de Ética, que informou, na semana passada, que a Mesa nada sabia do acontecia debaixo dela.

Rossoni concorda com o relatório da Comissão de Ética? Se concorda, tudo ficará por isso mesmo. Se não, terá de por mãos à obra para provar que a Comissão estava equivocada. E, então, nesse caso, o novo presidente terá de investir contra a mais obedecida das "instituições" internas da Assembleia – o corporativismo que ultrapassa as barreiras de bancadas e partidos.

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Olho vivo

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Renúncia? 1

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Celso Rotoli de Macedo, pode anunciar amanhã ou até quinta-feira sua renúncia à candidatura à reeleição. A eleição da nova cúpula do TJ ocorre na sexta-feira, 19. Se se confirmar a desistência, restarão três candidatos ao cargo máximo – os desembargadores Sérgio Arenhardt, Miguel Kfouri Neto e Rogério Coelho. A tendência, nesse caso, é de o pleito ser decidido em segundo turno, pois nenhum deles alcançaria no primeiro a maioria de 50% mais um dos votos dos 120 membros do colegiado.

Renúncia? 2

A possível renúncia de Rotoli será confirmada caso a Câmara dos Deputados não coloque em votação até quinta-feira a emenda constitucional que eleva de 70 para 75 anos a idade para aposentadoria compulsória dos magistrados. O desembargador completará 70 anos em 24 de fevereiro – apenas três semanas após a posse no cargo de presidente, marcada para o dia 1.º, caso fosse reeleito. As informações mais recentes dão conta de que há poucas chances de a emenda ser votada antes da eleição.

Precatórios

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A despeito das dúvidas que ainda despertam dois decretos que baixou recentemente, o governador Orlando Pessuti desmente qualquer intenção de compensar dívidas tributárias com precatórios. A bancada de oposição (futuramente de situação) ainda exige esclarecimento.