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Por motivo de férias do titular, esta coluna ficou "fora do ar" durante os últimos 33 dias. Mas até parece que "foi ontem", tal a ausência de novidades expressivas ou decisivas produzidas durante o período. Veja aí:

• Montado num jatinho amigo, o tucano Beto Richa viaja em campanha feito um corisco por céus e terras desse Paraná. Aproveita todas as oportunidades para repetir que não falta quase nada para que o senador pedetista Osmar Dias seja recebido com festa e aclamado candidato a senador pela aliança encabeçada pelo PSDB. Exatamente como já fazia há um mês.

• O senador Osmar Dias, por outro lado, mantém-se como sempre esteve nos últimos 60 dias, isto é, indeciso. Ora diz ser candidatíssimo ao governo estadual mesmo sem o PT, ora insinua sua disposição de aceitar os tentadores acenos para uma reeleição tranquila no conforto do ninho tucano.

• O terceiro candidato ao Palácio Iguaçu, o governador Orlando Pessuti, em público mantém aparente firmeza quanto à sua pretensão de disputar a eleição pelo PMDB. Muito embora saiba que suas chances de ser proclamado na convenção esbarrem na oposição do dono do partido, o ex Roberto Requião, e dos deputados estaduais que se veem ameaçados de não se reeleger com um "cabeça de chapa" que consideram fraco.

Resumidamente, este é o quadro vigente e que teimou não mudar. Entretanto, nos últimos dias – ou, principalmente, neste fim de semana – os intestinos revoltos da política paranaense começaram a apresentar espasmos e contrações em ritmo de parto, podendo dar à luz nas próximas horas. O adiamento das convenções estaduais do três principais partidos (PSDB, PDT e PMDB) que apresentam nomes para disputar o governo é um dos sintomas de que todos precisam de "um tempinho" a mais para – vejam só! – acertarem-se entre si.

Nesse tempinho – que, na prática, não deve ultrapassar o limite desta semana – se dará a luta encarniçada pela posse do território eleitoral representado pelo senador Osmar Dias.

• Beto Richa o quer em sua chapa para ganhar a eleição no primeiro turno tendo como adversário apenas o desacreditado (pelo próprio partido) Or­­lando Pessuti;

• Requião quer Osmar candidato ao governo para livrar-se do sufoco de uma improvável eleição para o Senado caso tenha de disputar o cargo contra ele, Gleisi Hoffmann (PT) e dois candidatos apoiados pelo PSDB (Gustavo Fruet e Ricardo Barros). Por isso, está disposto a colocar a cabeça de Pessuti na guilhotina para dar a legenda do PMDB à candidatura de Osmar ao governo.

• O presidente Lula também continua insistindo na parceria com o senador – na sua opinião, única tábua de salvação para a campanha de Dilma Rousseff no Paraná. Por isso, também não desistiu da ideia de convencer Pessuti a renunciar à própria candidatura para possibilitar a aliança PT-PMDB-PDT.

Diante disso tudo, o leitor pode esperar – agora, finalmente, para as próximas horas – o desenho mais preciso e definitivo do cenário. Mas, como se vê, tudo parece depender apenas de um só personagem – o próprio senador Osmar Dias, cujos passos nessa dança não acompanham os dos pretensos pares.

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Olho vivo

Fora dos trilhos 1

Chegou às mãos do governador Orlando Pessuti na semana passada um preocupante relatório oficial sobre o desempenho da Ferroeste nos últimos três anos. A ferrovia estatal de 300 quilômetros que liga Guarapuava a Cascavel foi administrada, por concessão firmada no governo Lerner, por uma empresa privada (a Ferropar) até dezembro de 2006, quando o ex-governador Roberto Requião conseguiu reestatizá-la. Para sua direção, foi nomeado o advogado Samuel Gomes.

Fora dos trilhos 2

Segundo fontes do governo, o relatório pode levar Pessuti a tomar providências urgentes, tão logo receba as análises mais profundas que determinou à Secretaria dos Transportes. Os números de que teve conhecimento, porém, já são suficientes para retratar a séria crise de gerência que a Ferroeste passou a viver a partir de 2007: a média de movimentação de cargas nos cinco anos anteriores foi de 1,5 milhão de toneladas, ao passo que de 2007 a 2009, os vagões da Ferroeste carregaram em média pouco mais da metade desse volume.

Fora dos trilhos 3

Cooperativas, multinacionais e produtores de soja e outros cereais reclamam: são obrigados a pagar pedágio rodoviário – que não acabou nem baixou – porque a Ferroeste não dá conta do recado de transportar a produção até Paranaguá nem em volume nem a fretes mais competitivos.

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