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Olho vivo

Respeito

Sinal do prestígio que tem na direção nacional do PSDB, o deputado federal Gustavo Fruet, indicado pelo partido, é desde ontem o novo líder da minoria na Câmara Federal. Além do próprio PSDB, o bloco reúne também o PPS e o DEM. A nova posição pode induzir a campanha de Beto Richa a tratar o parlamentar com o respeito que os 200 mil votos de sua última (terceira) eleição de deputado federal lhe conferem e a dar-lhe a vaga de candidato a senador pelo partido.

É hoje?

Ligue a rádio Banda B a partir das 9h30 de hoje: por meia hora, ao vivo e diretamente do Aeroporto Afonso Pena, o presidente Lula dará entrevista exclusiva ao radialista e deputado Luiz Carlos Martins, do PDT. Ainda que a legislação não permita com muita clareza, é possível que, nesta hora, o presidente declare publicamente, pela primeira vez, que seu candidato a governador no Paraná é o senador Osmar Dias. Em seguida, embarca num helicóptero para visitar a refinaria de Araucária e uma indústria na CIC, levando de carona o próprio Osmar.

Perdida

Curitiba perdeu a oportunidade de ser pioneira na implantação de um sistema moderno de destinação e aproveitamento do lixo. A concorrência para o Sipar foi anulada e, diante do prazo fatal para o fim do aterro da Caximba, em novembro, já não há mais tempo para licitar e construir nova usina. O jeito será continuar apelando para o velho sistema de lixão. Porque, desde o início, tudo foi feito errado.

Estamos numa fase da campanha eleitoral em que o eleitor é apenas um detalhe. Tudo se acerta nas cúpulas para que, no tempo certo, o eleitor se comporte exatamente como elas planejam agora. Pois estão em curso agora novos arranjos para que lá no dia 3 de outubro aconteça o que pretende a fértil imaginação criadora dos bruxos políticos.

O mais interessante é que os movimentos que se fazem nos três grandes agrupamentos adversários nestas eleições para o governo paranaense – representados por Osmar Dias (PDT), Beto Richa (PSDB) e Orlando Pessuti (PMDB) – parecem dirigir-se para um alvo único e até agora insuspeitado: todos perceberam a necessidade de barrar a eleição de Requião para o Senado. E, silenciosamente, fervem a sopa de letrinhas para atingir o objetivo.

No lado da aliança PDT-PT, que se forma em torno de Osmar e Dilma Rousseff, imagina-se ser possível evitar qualquer aproximação de Requião. Por isso surgiu a ideia, em franca ebulição, de essa frente apostar pesadamente em dois candidatos ao Senado. Além de Gleisi Hoffmann, imagina-se atrair o deputado Ricardo Barros, presidente estadual do PP, que, embora tenha anunciado sua intenção de disputar o Senado, não encontrou ainda espaço em nenhuma das grandes alianças em formação no Paraná. Barros nega ter sido procurado para formar chapa com Osmar.

A intenção é evitar que o governador Roberto Requião ingresse como "pirata" na força política representada por Lula, Dilma e Osmar Dias.

Na outra frente, de Beto Richa, dois grandes partidos cobiçados pelo prefeito, o PPS e o DEM, passaram a condicionar sua adesão ao sepultamento das tentativas que, com mais vigor nas últimas semanas, vinham sendo feitas para atrair o apoio do PMDB e, por tabela, de Requião. Fortes opositores do governador, os presidentes desses partidos, respectivamente Rubens Bueno e Abelardo Lupion, também não admitem contribuir para a sua eleição ao Senado.

E a técnica é, basicamente, a mesma com que trabalha a turma do PT-PDT. Pensa-se, também, em lançar dois bons candidatos a senador para diminuir tanto quanto possível o espaço de arregimentação de votos de Requião. Nesse caso, o nome do deputado tucano Gustavo Fruet, que antes tinha sua cabeça a prêmio para não prejudicar o governador, volta a ser cogitado seriamente para a posição de candidato.

E até dentro do PMDB há uma pequena – mas influente – força-tarefa que busca diminuir o poder de manobra dos cordéis da legenda pelo governador. Ainda esta semana, o grupo conseguiu afastar a ameaça iminente de defenestração do presidente regional, deputado Waldyr Pugliesi, para que em seu lugar assumisse o próprio Requião. Esse movimento nasceu da percepção de que, se assumisse a presidência do PMDB, o governador trabalharia tão somente em favor de seus próprios interesses, deixando completamente ao léu os candidatos a deputados e o vice Orlando Pessuti, nome oficial lançado para disputar o governo.

Não se sabe no que vai dar essa movimentação toda – mas, de qualquer forma, é bastante sintomática do aparente ocaso da era Requião.

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