Prevê-se para esta quinta-feira (1º) o anúncio da reforma ministerial prometida pela presidente Dilma Rousseff. Mais do que melhorar a gestão, sua intenção é desarticular a rebeldia do PMDB, que a ameaça de impeachment e de criar despesas que comprometem o ajuste fiscal em que o governo está empenhado. A presidente daria ao partido de Temer, Cunha e Renan – seus três maiores caciques – o comando de sete ministérios.
A reforma interessa ao Paraná: há um único nome do estado na lista de peemedebistas que a legenda pôs à disposição para escolha de Dilma. Trata-se do deputado Sérgio Souza, que, como suplente de Gleisi Hoffmann (enquanto esta ocupou a Casa Civil), exerceu por três anos o mandato de senador. Na Câmara, Souza faz parte de comissões importantes, como a CCJ, e toca a CPI dos Fundos de Pensão.
O lugar para o qual supostamente o paranaense seria indicado é o Ministério dos Portos, considerado estratégico para o estado em razão da posição secundária que o governo federal tem dado o Porto de Paranaguá nos planos de modernização. Se tiver a caneta na mão como ministro, Souza teria como principal missão desarticular a ação de grupos privados instalados em Paranaguá e que temem a concorrência de futuros empreendimentos portuários na baía.
Um dos empecilhos à atração de investidores é a existência de uma linha poligonal instituída pela Lei dos Portos, no governo Fernando Henrique, que inviabiliza a instalação de novos terminais privados dentro de seus limites. A Justiça Federal tem dado ganho de causa aos adversários da abertura – caso da decisão da 1.ª Vara Federal de Paranaguá, divulgada ontem, que mantém paralisados todos os procedimentos de mudança da poligonal.
Enquanto isso, o porto paranaense vai perdendo posições para Santos e terminais de outros estados, já abertos pelo governo federal a concessões de áreas à iniciativa privada.
Até ontem à noite, contudo, permanecia sob escuridão a eventual escolha de Souza para o ministério.