Para conferir na noite de 2 de outubro com as urnas de Curitiba já apuradas: o mais provável é que Rafael Greca (PMN) disputará o segundo turno, mas não há certeza, atualmente, se seu adversário será o prefeito Gustavo Fruet (PDT), que concorre à reeleição, o deputado Ney Leprevost (PSD), Requião Filho (PMDB) ou qualquer outro. Quase todos estão habilitados a derrotar Greca no mano a mano.
O cenário não passa ainda de um “achismo”. Não há pesquisas confiáveis de tão longo prazo que possam indicar este “grand finale” – mas deve-se levar em conta que o autor do possível resultado é Murilo Hidalgo, diretor da Paraná Pesquisas, instituto que nos últimos anos ganhou destaque nacional entre empresas do setor.
Com a experiência de 20 anos na avaliação de tendências eleitorais, Hidalgo acredita que poderá pesar contra Greca, no segundo turno, a rejeição a Beto Richa, que levou o PSDB a apoiá-lo. A presença, direta ou indireta do governador, tende a ser poderoso fator de união contra Greca de quase todos os demais derrotados na primeira fase.
Algo parecido com o que aconteceu em 2012, quando Ratinho Jr. (então no PSC) ganhou de lavada no primeiro turno, derrotando os dois mais fortes candidatos: Gustavo Fruet levou a melhor e o prefeito Luciano Ducci ficou em terceiro. No segundo turno, a classe média curitiboca inverteu o resultado e deu a vitória a Fruet – como agora, em 2016, pode pender para qualquer outro que consiga chegar à reta final.
Um “lobinho” na vice
Último a ser escolhido dentre os candidatos a vice-prefeito de Curitiba, o vereador Paulo Salamuni (PV) teve seu nome anunciado nesta sexta-feira (5) para compor a chapa de Gustavo Fruet. Ele exerce seu sétimo mandato na Câmara Municipal.
Escoteiro desde criancinha, Salamuni presidiu a Câmara em 2013 e 2014 – anos em que se dedicou a desmanchar a “obra” deixada pelos 15 anos de reinado do ex-vereador João Cláudio Derosso na cadeira. Sempre alerta, agiu como um “lobinho” para moralizar a Câmara: extinguiu cargos, implantou o ponto, acabou com a farra publicitária, arranjou inimigos internos...
No grito 1
Quem não se lembra das imagens mostradas na tevê daquele policial civil que, armado com um fuzil, quebrou o vidro e invadiu a guarita de um condomínio familiar residencial de luxo de Campo Largo, gritou ameaças, quebrou computadores e pôs para correr os dois vigilantes que guardavam o local? O policial estava irritado porque não podia entrar na própria casa, no interior do condomínio, por ordem do empresário Luiz Mussi, que também tem casas no mesmo lugar. O caso foi parar na Justiça e o resultado final saiu esta semana.
No grito 2
Contra o policial Antonio Castanheira chegou a pesar uma ordem de restrição requerida por Mussi, que pretendia impedi-lo de acessar a residência e de se aproximar de sua família. O juiz da Vara Criminal de Campo Largo, Marcos Araújo, se irritou com o assédio dos advogados do empresário e pôs um ponto final na pendenga: garantiu o direito do policial de entrar em casa. Impôs, porém, duas condições: abrir um portão lateral e construir um muro para isolar a casa do resto.
Na privada
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, deu o primeiro passo para criar “planos populares” de saúde. A intenção é repassar à iniciativa privada serviços que hoje são prestados pelo SUS. Na última semana passada ele assinou portaria instituindo comissão para estudar o assunto. O Conselho Federal de Medicina protestou: a medida beneficia as empresas de planos de saúde e não resolve os problemas do SUS. Argumenta o CFM: para ter custo “popular”, os planos se limitarão a consultas e atendimentos ambulatoriais, mas procedimentos caros continuarão com o SUS. Melhor seria, então, promover reformas estruturantes e melhorar a gestão do Sistema Único.
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