Ficou pronta a pesquisa de origem e destino dos passageiros da Rede Integrada de Transportes (RIT), sistema que atende Curitiba e 12 outros municípios vizinhos. A pesquisa, feita pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) constatou que 69% dos passageiros utilizam somente as linhas de Curitiba; os outros 31% são usuários das que servem as demais cidades metropolitanas.

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Há, aí, uma diferença de 10 pontos porcentuais entre as contas que a Urbs e a Comec faziam. Até agora, os dois órgãos – um municipal, outro estadual – acreditavam que eram apenas 21% os usuários das linhas metropolitanas. E era em cima dos seus índices que calculavam a tarifa técnica do sistema. Para linhas urbanas, R$ 3,18; para as metropolitanas, R$ 4,20. Diferença explicável: os ônibus metropolitanos percorrem muitos mais quilômetros para levar-trazer os passageiros que os utilizam.

Feitas as contas proporcionais e de acordo com o peso representado pelos usuários locais e metropolitanos, concluía-se que o estado deveria pagar subsídio maior do que o da prefeitura de Curitiba para manter a passagem em valor igual para todos – isto é, em R$ 2,85 desde a semana passada.

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Os números da Fipe devem alterar a proporcionalidade do subsídio – não se sabe ainda com clareza a favor de quem, se da prefeitura de Curitiba ou se do governo estadual. A discussão já subiu às mesas do governador Beto Richa e do prefeito Gustavo Fruet, que nas próximas semanas precisarão entrar em um acordo.

Deste acordo prévio depende o valor da passagem a ser fixado em fevereiro. Que virá novo aumento todo mundo já sabe; Fruet já anunciou, mas citou como fatores do reajuste apenas a inflação do período (cerca de 6,5%), o dissídio de motoristas e cobradores e alterações de outros custos da planilha.

Considerados apenas estes fatores, a tarifa técnica deve beirar R$ 3,50. Se nenhum governo (estadual ou municipal) se dispuser a continuar subsidiando o sistema, a passagem para o usuário terá obrigatoriamente de ser igual à tarifa técnica. Isto é, o passageiro comum terá de pagar R$ 3,50, um aumento de 65 centavos em relação ao preço atual.

Politicamente será um desastre. Com certeza, as ruas serão tomadas por protestos, talvez violentos. Então, se Richa e Fruet não quiserem ouvir os berros, terão de manter o subsídio para que o baque que virá em fevereiro seja o menor possível. Atualmente, a prefeitura de Curitiba arca com R$ 5 milhões mensais; o governo do estado com R$ 7,5 milhões.

Com seus caixas ainda mais combalidos pela crise econômica, terão disposição ou possibilidade de aumentar suas respectivas participações no subsídio? E agora, em razão da mudança dos índices constatada pela Fipe, em que proporções? Eis o primeiro e mais urgente embate de sensíveis cores políticas que Beto e Fruet terão de travar com muita urgência.

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"Tertius" 1

Procura-se um "tertius" com disposição e prestígio para concorrer à presidência da Câmara de Vereadores, cuja eleição deve se dar até 15 de dezembro. Atualmente, há dois candidatos que guardam mais semelhanças que diferenças: são os vereadores Pastor Valdemir Soares (PRB) e Zé Maria (Solidariedade). O primeiro nega que participe de articulações com o ex-vereador e ex-presidente João Cláudio Derosso, de triste fama, assim como nega suposta ajuda de uma construtora mineira. O segundo não esconde o apoio de Derosso. Mas ambos prometem aos seus eleitores, isto é, aos outros 37 vereadores, que a vida deles vai melhorar.

Olho Vivo

"Tertius" 2

Com diferenças pontuais, Zé Maria e Valdemir acenam com algumas das vantagens corriqueiras nos 15 anos de reinado de Derosso. Por exemplo: facilidades gráficas e publicitárias; pagamento do 13º para os vereadores; criação de mais 38 cargos comissionados (um para cada gabinete) e pagamento de uma verba de ressarcimento por despesas pessoais de R$ 5 mil. Cogitam também recuperar as perdas causadas pela URV – índice usado na implantação do Plano Real e que teria diminuído os subsídios dos vereadores.

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"Tertius" 3

A Câmara tem fundos para arcar com as benesses. O atual presidente, Paulo Salamuni, deixará em caixa perto de R$ 30 milhões – bolada que pode propiciar a construção da nova sede, um edifício de 11 andares a ser erguido nos fundos do histórico Palácio Rio Branco. O projeto foi deixado pronto por Derosso.

"Tertius" 4.

Procura-se urgentemente um terceiro nome para evitar que a Câmara volte ao passado. Alguém que pense mais na cidade do que nos seus próprios interesses.

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