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Olho vivo

Debandada 1

O vice-governador Orlando Pessuti, candidato do PMDB, terá um trabalho a mais para manter-se como eventual fiel da balança num provável segundo turno entre Beto Richa e Osmar Dias na eleição de 2010. Seu desafio será o de segurar a debandada de líderes regionais do partido na direção dos dois candidatos mais cotados.

Debandada 2

Na sexta-feira, por exemplo, 616 peemedebistas da Região Oeste do estado decidiram abandonar a antiga sigla para filiar-se ao PDT. Dentre os neo-pedetistas estava Mário Pereira – o vice-governador que, em 1994, assumiu o lugar de Requião quando de sua renúncia ao cargo para candidatar-se ao Senado. Embora more hoje em São Paulo, onde preside uma empresa de transportes, Mário Pereira foi um dos líderes da filiação em massa.

Dois pesos

O Tribunal de Justiça determinou que 130 funcionários da Universidade Estadual de Maringá voltem às antigas funções. Eram servidores de nivel médio (mensageiros ou auxiliares administrativos, por exemplo) que, em 1996, foram promovidos sem concurso para cargos de nível superior. O TJ considerou ilegal essa promoção. Com sinais trocados, o fato é em muito semelhante ao que aconteceu no Tribunal de Contas. No TC, mais de cem servidores de nível médio também haviam sido promovidos sem concurso. Mas uma lei de 2008 acabou por mantê-los nos novos e mais rendosos cargos.

Não chegou a constituir grande surpresa nos meios políticos a decisão do senador Osmar Dias de aceitar o pedido de Lula para formar dobradinha com o PT de Dilma Rousseff no Pa­­raná. Mas fez com que tucanos influentes não só lamentassem sua decisão como também passassem a cogitar formas para reverter a atitude do senador.

Depois que o prefeito Beto Richa lançou a própria candidatura, Osmar, conforme registrou esta coluna na edição de ontem, deu por desfeito o projeto de vir a ser o cabeça de chapa da mesma frente partidária, integrada, entre outros partidos, pelo PDT e PSDB, que esteve unida nas eleições de 2006 e 2008. Diante disso, com o rompimento do compromisso por parte de Richa, Osmar decidiu abraçar a alternativa oferecida por Lula.

A notícia chegou rapidamente aos ouvidos de tucanos ilustres do Paraná, Brasília e São Paulo. Dois desses ouvidos eram os do governador José Serra, candidato tucano à Presidência. Segundo boas fontes da coluna, a reação foi unânime: os fatos se precipitaram sem necessidade. Nem Beto Richa precisaria ter se apressado em declarar-se candidato, nem Osmar Dias correr para o novo abrigo.

É que ainda estava em vigor o compromisso do presidente nacional do PSDB, senador Sér­­­gio Guerra, de que a opção final dos tucanos seria definida por meio de uma pesquisa de opinião pública, conforme sugestão do senador Alvaro Dias aprovada na reunião de quarta-feira à noite em Brasília. A pesquisa incluiria, além dos dois nomes tucanos que postulam a candidatura – Beto e Alvaro –, também o apoio a Osmar.

Há tucanos que creditam os acontecimentos a um provincianismo autofágico. "Seria de se esperar – disse um desses tu­­­­canos – que em primeiro lugar se pensasse no projeto nacional do partido, que é o de reconquistar a Presidência da República." Segundo seu raciocínio, os fatos – isto é, o autolançamento de Richa seguido da atitude de Osmar Dias – colocam em sério risco não só a eleição de um governador do ou ligado ao PSDB, como, sobretudo, o sucesso do candidato José Serra junto ao eleitorado do Paraná.

Movimentam-se também as demais siglas que formavam a frente oposicionista. O DEM, por exemplo, já se mostra dividido sobre qual caminho deve tomar a partir de agora e hoje mesmo pela manhã reúne o diretório estadual para discutir o assunto. Sobre a mesa, três tendências distintas.

Seu presidente, deputado Abelardo Lupion (candidato ao Senado), defende a imediata adesão à decisão de Osmar Dias. O presidente da Assembleia, deputado Nelson Justus, por sua vez, quer que o partido se mantenha ao lado de Beto Richa. E uma terceira voz, a do deputado Eduardo Sciarra, vislumbra ainda a possibilidade de dar sobrevida à união da antiga frente e de decidir candidaturas mais adiante.

Ainda não foram captadas reações junto ao eleitorado tradicional de Osmar Dias – isto é, entre lideranças ruralistas que não concordam com as ligações do PT com o MST.

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