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Olho vivo

Até remédio? 1

Milhares de pacientes que precisam de remédios (normalmente muito caros) fornecidos pela secretaria da Saúde estão sofrendo as consequências da moratória decretada pelo governo do estado. Muitos dos medicamentos deixaram de ser adquiridos desde janeiro e já não são encontrados nas farmácias das regionais da Saúde de todo o estado. Na melhor das hipóteses, os remédios são fornecidos em quantidades inferiores àquelas recomendadas pelo médicos.

Até remédio? 2

A situação está mais caracterizada em relação aos doentes que precisam de remédios para esquizofrenia, mucopolissacaridose e reposição hormonal para crescimento. O deputado Ney Leprevost, que preside a Frente Parlamentar da Saúde da Assembleia, convidou o secretário da Saúde, Michele Caputo, para participar de audiência pública na quinta-feira para esclarecer o problema.

Diferença

Um voto pode fazer diferença na eleição, hoje, do novo conselheiro do Tribunal de Contas? É possível. Caso contrário não haveria necessidade de o deputado Luiz Cláudio Romanelli interromper sua licença, desde ontem, exclusivamente para participar da eleição. Ele reassumiu ontem a cadeira ocupada pelo suplente Elton Welter, do PT, que não estava disposto a votar no candidato do Palácio das Araucárias. Terminada a eleição, Romanelli volta para a secretaria do Trabalho e devolve a vaga para Welter.

Tem gente que nunca teve infância ou adolescência. Mas quem passou por essas fases risonhas da vida deve se lembrar que as brigas começavam depois de um cuspir primeiro no chão – era o sinal de uma provocação irrecusável para que o outro aceitasse partir para o desforço físico. É mais menos isso o que está acontecendo entre Beto Richa e o ex-deputado Gustavo Fruet: um está esperando que o outro cuspa primeiro.

Beto espera que Gustavo se desligue do PSDB para se sentir livre para apoiar a reeleição de Luciano Ducci, o candidato de sua preferência para a prefeitura de Curitiba. Enquanto isso, Gustavo espera que o governador, que é presidente estadual do partido, diga logo qualquer uma dessas três coisas: a) que se declare neutro; b) que o apoiará; ou c) que manterá mesmo sua disposição de levar os tucanos a marchar com o atual prefeito, do PSB.

Como até agora ninguém deu a primeira cusparada, permanece a agonia da indefinição: nem Gustavo Fruet anuncia sua desfiliação do partido nem o governador fala qualquer coisa. Quem tem falado aparentemente em nome de Beto é o vice-presidente tucano, deputado Valdir Ros­­soni, que ontem repetiu o que disse há dez dias: quem tem de falar primeiro é Gustavo. "A bola está com ele", informou.

Por isso, disse Rossoni, o governador e o partido só se pronunciarão após o ex-deputado se decidir. "Se ele entender que deve ficar no PSDB, ele terá todas as sinalizações necessárias. Depois é que tomaremos as providências", insinuando a possibilidade da declaração pública de neutralidade de Richa e a consequente garantia de que o PSDB dará a Gustavo a vaga de candidato.

Como nas velhas brigas da saída do colégio, há nesta também um grupo de espectadores e torcedores, ávidos por uma decisão. É o caso da turma do PT, que torce para que Gustavo saia logo do PSDB para, apoiando-o para a prefeitura, começar a pavimentar a participação da ministra Gleisi Hoffmann na disputa pelo governo estadual em 2014.

O PT, embora tenha candidatos próprios dispostos a concorrer (os deputados Tadeu Veneri e Rosinha), enxerga como muito mais estratégico para seus planos firmar compromisso com Gustavo já no primeiro turno. Os petistas estão dispostos a integrar a aliança partidária que Gustavo conseguir montar caso se decida por essa alternativa.

A ideia não desagrada a Gus­­tavo. Com o PT nessa frente, estaria resolvida uma das suas principais preocupações – a de assegurar tempo razoável na propaganda eleitoral gratuita de rádio e televisão, sem contar com a força política que o governo federal pode dispensar à sua candidatura.

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Ontem, houve novas sinalizações de que Gustavo está muito próximo de levantar voo do ninho tucano, sem mais esperar a eventual manifestação do governador. E o destino mais provável será em direção do PDT de Osmar Dias. O ex-senador reafirmou que seu partido está pronto para recebê-lo, mas advertiu: "O Gustavo só não pode montar a mesma base de apoio que tive em 2010. Tem de se livrar de algumas pragas", disse ele em visita à Assembleia.

Seria uma referência ao PMDB de Roberto Requião, de quem herdou a rejeição na eleição para o governo?

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