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Em Nova Iorque, de cada 100 homicidas 80 são rapidamente levados à prisão. Em São Paulo, de cada 100, 65 acabam na cadeia. Em Curitiba, de cada 100, só cinco são presos.

Esses resultados comparativos dão a dimensão do desempenho das estruturas de segurança. E também explicam porque Nova Iorque, que de capital mundial da violência até a década de 80 do século passado passou a ostentar hoje um dos mais baixos índices de criminalidade do planeta. São Paulo, a cada ano, reduz suas taxas; hoje é menos da metade do que a de dez anos atrás. Curitiba, no entanto, caminha em sentido contrário: os índices de violência só fazem crescer.

Por quê? Porque, como registramos ontem nesta coluna, 95% dos autores de homicídios continuam nas ruas, de acordo com relatório da própria Secretaria de Segurança relativo a 2007 – o último balanço anual disponível.

Há um agravante nesse quadro que, nos últimos tempos, tem se multiplicado: mesmo os que são presos acabam ganhando as ruas porque conseguem fugir das delegacias superlotadas. Há casos dos últimos dias bastante conhecidos, como as fugas estripitosas que aconteceram em Campo Largo, São José dos Pinhais e Araucária.

Mas há outros que as autoridades procuram esconder. Por exemplo: não foi noticiada a fuga de 26 dos 30 detentos que estavam no xadrez do 1º Distrito Policial, no centro de Curitiba. Pois aconteceu na noite da última segunda-feira. Até ontem à tarde, segundo se informa, nenhum dos presos havia sido recapturado.

A culpa é de quem? Da Polícia Civil? Dos policiais? Definitivamente, esta não é a melhor resposta – o problema não é policial, é político, isto é ação governamental.

Não se pode mesmo esperar bons resultados de uma polícia cujo efetivo é menor do que o de 20 anos atrás. Nesse período, a população do Paraná cresceu mais de 20%; a de Curitiba, 35%. Mas o efetivo da Polícia Civil diminuiu nesse mesmo período em quase um quarto.

Se o número de policiais é importante para fazer crescer a taxa de sucesso do aparato de segurança pública, melhores salários, melhores condições de trabalho, aprimoramento profissional, aperfeiçoamento de métodos de investigação e modernização tecnológica são outros requisitos básicos.

Alguém aí acha que tais condições estão sendo atendidas pelo governo?

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Olho Vivo

Tucanato 1

Os cardeais do PSDB paranaense se reúnem nesta segunda-feira para, obviamente, tratar de 2010. Questões mais estruturais do que políticas estão na pauta do encontro convocado pelo presidente estadual, deputado Valdir Rossoni. O debate se dará sobre como dar mais velocidade ao processo de fortalecimento da sigla no estado para o grande embate eleitoral do ano que vem.

Tucanato 2

Fontes do partido dizem que não estarão em discussão nomes ou alianças partidárias – mesmo porque já estaria formado um claro consenso, tanto no âmbito nacional quanto na esfera regional, de que o PSDB terá obrigatoriamente de lançar candidato próprio a governador em 2010. Assim, diz a mesma fonte, seriam poucos hoje os tucanos paranaenses que ainda se encorajam a advogar publicamente uma aliança com o senador Osmar Dias tendo-o como cabeça de chapa.

Tucanato 3

Esta já seria uma questão vencida, sobre a qual não se discute mais internamente. Vigoram com o antigo aliado apenas as regras de delicadeza, de reconhecimento pelos bons serviços e de boa vizinhança com o PDT de Osmar – quem sabe para receber dele apoio para o candidato tucano ao governo ou, no máximo, para oferecer-lhe facilidades políticas para a reeleição ao Senado.

Tucanato 4

A questão que se coloca agora dentro do PSDB é a de saber quem será o candidato a governador – se o senador Alvaro Dias ou o prefeito Beto Richa. Mas, segundo a mesma fonte tucana, este é um problema que, por enquanto, não traz preocupação. A definição se dará bem mais à frente e dependerá do trabalho que cada um deles fizer para viabilizar a própria candidatura.

Estranho

Quando a produção agrícola do Paraná aumenta, diz-se que isto aconteceu graças ao apoio do governo. Se diminui, a culpa é da estiagem, como está ocorrendo agora. Seguindo a mesma linha de argumentos de causa e efeito, não seria então o caso de concluir de modo diferente? Assim: se a produção foi boa não é por causa do governo, mas sim porque não houve estiagem?

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"Meteram a mão no bolso dos paranaenses. Eu tenho dinheiro, vendo um boi e pago, mas e o povo que usa o carro e não tem boi pra vender?"

Do deputado Antonio Anibelli (PMDB) reclamando do IPVA que terá de pagar pela reluzente Hilux que possui, usando de uma ênfase contra o aumento de imposto que não foi ouvida quando o governo aumentou o ICMS da luz, do telefone e da gasolina.

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