A despeito da pressa que tomou conta do PT para que seja oficialmente anunciada sua aliança com o PDT, o senador Osmar Dias não demonstra tanta pressa. Segundo ele, não será politicamente conveniente fechar acordo com um só partido para, só depois, procurar o apoio dos demais eventualmente passíveis de integrar-se à frente. Osmar quer que o anúncio se realize com a presença de todos os partidos.
O PT chegou a divulgar nota para informar que o casamento seria sacramentado no dia 10, quando o partido se reunirá em encontro estadual. Osmar não se abalou prefere continuar conversando com dirigentes e líderes de outros partidos para atraí-los. Já assegurou a participação de alguns óbvios embora pequenos, como o PSC e o PR, mas falta concluir negociações com os maiores, como PTB, o PPS, o PP e o DEM.
Estas legendas estão internamente divididas ou indecisas. O PPS e o DEM, por exemplo, embora frequentemente se mostrem mais simpáticos à candidatura de Osmar, resistem a integrar a frente na companhia do PT e de Dilma Rousseff porque, nacionalmente, fazem oposição ao governo Lula. Mais: estão comprometidos com o PSDB e com o presidenciável tucano José Serra. Nesse caso, a lógica os mandaria aliar-se a Beto Richa.
Como, no entanto, a regra da verticalização já não existe, nada os impede legalmente de dividir seus apoios. O problema é, pois, apenas político e estadual campos que Osmar Dias afirma que está procurando explorar. Esgotada esse fase e firmados os compromissos com os demais partidos, espera convidá-los como seus padrinhos no casamento com o PT. Tem só até junho para isso.
Olho vivo
Trenzão 1
Quanto vai custar aos cofres públicos a derrubada dos vetos que Requião apôs sobre três artigos da lei de Planos de Cargos e Carreiras do Tribunal de Contas? Graças à generosa providência de 34 deputados, cada funcionário do TC ascende um nível na carreira com consequente aumento de salários uma diferença que, aplicada aos seus 600 servidores, resultará no dispêndio de alguns milhões por ano. Muitos deles só esperavam este aumento para requerer a aposentadoria.
Trenzão 2
Mas o mais polêmico dos itens vetados (mais restaurados pela Assembleia) diz respeito aos servidores que, tendo ingressado no TC mediante concurso para cargo de nível técnico, exerciam de fato funções de nível superior. Aqueles que estavam nessa situação há mais de dois anos ganharam agora efetivação no cargo (e salário respectivo, claro!) de nível superior. E aí se vão mais alguns milhões.
Trenzão 3
O mais curioso é que, mesmo tendo vetado os artigos que propiciam tantos benefícios aos servidores do TC, Requião autorizou a bancada governista a derrubar seus vetos o que levanta a suspeita de que seus vetos não passavam de mais um jogo de cena de caráter moralista. Aliás, completado pelo governador, ontem, no Twitter. Escreveu ele: "Estou profundamente decepcionado, aborrecido, indignado com a injustificável derrubada dos meus vetos na lei do TC pela Assembleia."
Campanha 1
Candidato à presidência do Tribunal de Justiça, o desembargador Celso Rotoli de Macedo está disposto a recorrer à própria Justiça para melhor o orçamento do Judiciário paranaense. Em manifesto de campanha que endereçou aos 120 colegas convocados para a eleição do próximo dia 30, Rotoli afirma que os 9% do orçamento geral que o TJ recebe estão muito aquém das necessidades. O manifesto é longo e prenhe de boas intenção mas omisso em outras questões de interesse público.
Campanha 2
Não fala, por exemplo, sobre como pretende agir diante das revigoradas suspeitas em fase de reexame pelo CNJ de que teria havido 100% de superfaturamento na construção do prédio anexo do TJ durante a gestão do ex-presidente Oto Sponholz. Celso Rotoli disputa o cargo de presidente com o desembargador Miguel Thomaz Pessoa Filho, que, em dezembro de 2008, assinou termo em que atestava a regularidade das contas relativas à construção do anexo.
Em espírito
Requião pretende continuar governando o estado, mesmo que em espírito, sejam lá quem forem seus sucessores. Por meio de emendas à Constituição Estadual, promessas e programas de seu governo passam a ser de execução obigatória pelos futuros governadors. O do Leite para as Crianças é um deles. Só falta também tornar constitucional aquela velha promessa: "Ou o pedágio abaixa, ou acaba".
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