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Auditor do Ministério da Saúde no Paraná, o médico pediatra Mario Lobato ficou estarrecido com um dado divulgado pela secretaria municipal de Saúde constante do relatório do primeiro quadrimestre de 2017 e apresentado nesta semana pelo secretário João Carlos Baracho na Câmara de Vereadores da capital do estado.

O dado que assustou Lobato: a mortalidade infantil em Curitiba teria crescido exorbitantemente nos primeiros quatro meses de 2017. Dos 8,5 óbitos por mil nascidos vivos registrados no primeiro quadrimestre de 2016, o levantamento oficial para o mesmo período deste ano saltou para absurdos 13,2, índice que devolveria Curitiba ao século passado.

A coluna procurou a secretaria municipal de Saúde para obter uma explicação. E a explicação foi a de que o dado constante do relatório oficial estava errado. Problemas com a atualização do sistema, atrasos na digitação, coisas assim...

O dado verdadeiro, agora descoberto, é que o índice de mortalidade infantil na gestão do prefeito Rafael Greca (PMN) manteve-se estável em relação à administração de Gustavo Fruet (PDT) – de 8,5 para 8,4, ou seja, até diminuiu em 0,1.

Mesmo com esse esclarecimento, o Dr. Mario Lobato observa um outro dado que não consta apenas do relatório da secretaria municipal de Saúde, mas de outras fontes oficiais. Diz ele que Curitiba investiu neste quadrimestre em saúde só 13,82% do orçamento próprio. Isto é menos do que o investido no mesmo período em 2016 pela gestão anterior, que foi de 15,82% – o que pode explicar as deficiências que vêm sendo registradas no sistema público de saúde municipal. “A diminuição do orçamento global aconteceu mesmo considerando o aporte de dinheiro que estava represado na secretaria estadual esperando a troca de gestão.”

O dado mais revelador da situação que Lobato considerou como pior diz respeito ao aumento do número de denúncias recebidas pela Ouvidoria da secretaria municipal de Saúde. O número de reclamações subiu de 5.603 no primeiro quadrimestre de 2016 para 7.098 no mesmo período de 2017 – uma “explosão de 26,7%”, afirma o auditor.

Estrada do barulho 1

Associações empresariais e investidores no litoral paranaense, com interesse na construção de rodovias que possam dar suporte a atividades portuárias, reclamam de matéria publicada neste espaço na última quinta-feira (24). Ela dizia respeito a decisões judiciais e manifestações do Ministério Público e de entidades ambientais contrárias, principalmente, ao projeto do governo de fazer a rodovia de 13 quilômetros ligando a BR-277 ao porto de Antonina, sob a justificativa de desviar o tráfego pesado que atualmente passa por dentro dos limites urbanos da histórica cidade de Morretes.

Estrada do barulho 2

“Querem impedir o desenvolvimento do Paraná?”, pergunta um irritado diretor de associação que representa exportadores que operam nos portos paranaenses. “Querem beneficiar os porto de Santa Catarina?”, pergunta outra vez. Segundo ele, que pediu para que seu nome não fosse citado (“não posso falar em nome da associação”, explica), os eventuais prejuízos ambientais podem ser compensados com outras ações de proteção. Além disso, a construção das rodovias estratégicas projetadas vai possibilitar a criação de milhares de empregos e dinamizar a economia do Paraná, assim como beneficiar regiões e municípios hoje deprimidos, como Antonina e Pontal do Paraná.

Estrada do barulho 3

A agitação em todos os meios aconteceu após a revelação de que o governo estadual está tentando viabilizar a construção da nova rodovia para Antonina. Os ambientalistas protestam e lembram que, graças à atuação do Ministério Público, já ganharam ações na Justiça Federal, que ficou convencida de que os danos à Mata Atlântica serão sérios e irreversíveis, ainda que sejam utilizadas tecnologias construtivas menos agressivas. O barulho vai continuar.

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