O Órgão Especial do Tribunal de Justiça, composto por 25 dos 120 desembargadores, faz sessão extraordinária hoje. Será uma espécie de uma reunião de cardeais preparando-se para eleger o futuro papa, dando, na prática, o início oficial à disputa pela presidência e pelos demais cargos que compõem a cúpula do TJ.
Nesta reunião, os pretendentes terão a oportunidade de oficializar suas candidaturas, o que não impede, contudo, que outros se apresentem antes do dia 8 dezembro, data da eleição que se repete a cada dois anos. Nesse dia, o Tribunal Pleno isto é, o conjunto dos 120 desembargadores vai liberar a fumaça branca para anunciar os novos dirigentes do Poder Judiciário estadual.
Até ontem já eram conhecidos dois candidatos a presidente. Um deles é Carlos Hoffmann, que sai em aparente vantagem pois tem a seu favor um resquício legal dos tempos do regime militar que assegura aos mais antigos (e Hoffmann é agora o mais antigo da vez) precedência para ocupar o cargo, mesmo que derrotados no voto por um mais novo.
Outro, mais novo e beneficiado pela desistência de três que o antecedem na lista de antiguidade, que já pôs seu nome na disputa, é o desembargador Celso Rótoli de Macedo. Não havia sinais até ontem à tarde de que outros venham declarar-se candidatos na reunião de hoje.
Ambos estão na fase de montagem das respectivas "chapas". Não há isso de chapa no Tribunal: cada qual concorre individualmente ao cargo que quiser. Mas, informalmente, as afinidades pessoais, as estratégias políticas e as conveniências eleitorais acabam por constituir candidaturas conjuntas.
É o caso da "chapa" de Carlos Hoffmann. Nela figuram como primeiro e segundo vices os desembargadores Ruy Fernando de Oliveira e Ivan Bortoletto; como corregedor-geral, Sérgio Arenhart e, como adjunto, Rogério Coelho.
Da "chapa" de Celso Rótoli de Macedo cogita-se como primeiro-vice o desembargador Lauro Augusto Fabrício de Melo e, como segundo, Manassés Albuquerque (já confirmado). Valdemir Luiz da Rocha disputaria o cargo de corregedor-geral.
A eleição deste ano é a primeira em que ficam mais nítidas as diferenças internas dentro do TJ paranaense historicamente acomodado às antigas regras e ao silêncio obsequioso da maioria na hora de escolher seus dirigentes.
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Culpa do TC?
Sobrou para o Tribunal de Contas do Estado parte da culpa pela confusão que se instalou em Londrina desde que, anteontem, o TSE cassou o registro da candidatura a prefeito do deputado Antonio Belinati vitorioso no segundo turno.
Explica-se: em junho e julho passados, o Tribunal de Contas incluiu o nome de Belinati na lista dos "fichas-sujas". Entretanto, o próprio TC, dias depois, aceitou um recurso suspensivo do deputado e retirou seu nome da relação de inelegíveis. Foi isso que permitiu ao TRE aceitar o registro de sua candidatura. Agora tardiamente, é verdade o TSE considerou nula a decisão do TC.
O pior de toda essa história é que passa de uma centena o número de políticos condenados e depois "absolvidos" pelo Tribunal de Contas. Pelo menos oito prefeitos, tão eleitos quanto Belinati, já perderam o sono.
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Olho vivo
O PAC e a crise 1
O ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, faz palestra amanhã, às 11 horas, no auditório do Instituto de Engenharia do Paraná sobre projetos na área de infra-estrutura de transportes para o estado previstos no PAC assunto sobre o qual já falou inúmeras vezes. Só que, agora, será sob a ótica da crise financeira mundial e dos possíveis cortes nos investimentos.
O PAC e a crise 2
O Instituto de Engenharia, no entanto, não perde a esperança e vai mostrar ao ministro os projetos novos e antigos elaborados e guardados em seu Banco de Idéias. Dentre eles estão a construção de trechos complementares da ferrovia GuarapuavaParanaguá, a hidrovia IguaçuParaná-Ivaí, a ampliação do aeroporto Afonso Pena, o contorno ferroviário de Curitiba e o trem de alta velocidade entre Curitiba e São Paulo.
Saia-justa
O comandante da Polícia Militar, coronel Anselmo Oliveira, não consegue se livrar da saia-justíssima que o secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, vestiu nele na semana passada. O secretário passou por cima da competência direta do comandante para destituir seus subordinados e ele próprio exonerou oficiais que atuaram no despejo de sem-teto de um terreno no bairro da Fazendinha. O clima na PM ficou péssimo: boa parte dos oficiais acha que Anselmo perdeu autoridade moral para continuar comandando a corporação.
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