Como previsto, o rolo compressor governista funcionou e a Assembléia aprovou ontem à noite o projeto que autoriza o governo do estado, por meio da Copel, a firmar parcerias para disputar em leilão, dia 9, lotes rodoviários federais nos quais poderá cobrar pedágio. O projeto deve virar lei ainda hoje com a sanção do governador Roberto Requião.
Há muita gente contra a aventura pedagista em que querem meter uma empresa estatal, cujo negógio é energia. Por isso devem pipocar logo as primeiras medidas judiciais contra a nova lei dentre as quais uma prometida por grandes empreiteiras que enxergam ilegalidades na iniciativa do governo paranaense.
Dois conhecidos escritórios de advocacia um de São Paulo, outro de Curitiba foram contratados e já estão com ações prontas para dar entrada nos tribunais. Querem evitar que a Copel sequer participe do leilão.
Osmar Dias ouve música
O senador Osmar Dias evita falar em 2010. Por enquanto, diz ele, prefere pensar e agir somente com o olho em 2008 ano em que espera ver o seu PDT disputando as prefeituras e câmaras de todos os 399 municípios paranaenses. Só depois disso é que vai analisar a sua postura definitiva em relação a outro potencial postulante ao governo, o prefeito Beto Richa.
Antes, empenha-se em realizar encontros regionais do PDT. No fim de semana, por exemplo, reuniu 1.500 correligionários em Londrina e outra boa turma em Curitiba ambos para estimular a formação de chapas municipais.
Mas num ou noutro encontro estavam presentes também representantes do PSDB (Luiz Carlos Hauly), PSC (Ratinho Júnior), DEM (Osmar Bertoldi) e de outros partidos. E de todos Osmar ouviu discursos que lhe soaram como música: querem tê-lo de novo como candidato ao governo, em 2010.
A piada estava pronta
A piada já estava pronta, mas vale a pena contá-la: sabe aquele diretor do Porto de Paranaguá, de nome Leopoldo Campos, que denunciou irregularidades em licitações milionárias no terminal? Pois é: ele foi demitido ontem pelo governador Roberto Requião.
Nunca antes na história desse estado se agiu com tanta rapidez diante de suspeitas de maracutaias no governo. O engenheiro entregou suas denúncias a Requião na terça-feira passada; o governador mandou apurar na quarta; o irmão-superintendente do Porto, Eduardo Requião, deu 12 horas para que os acusados se defendessem e, já na sexta-feira, estava tudo pronto e esclarecido. Chegou-se à conclusão de que Leopoldo Campos é um maledicente e tudo o que afirmou é mentira. Logo, precisava ser demitido. Foi o que aconteceu ontem, logo após Requião ter lido as 200 páginas de um dossiê produzido pelos próprios suspeitos, em que, óbvio, são todos inocentes.
Enquanto isso, o caso Sanepar/Pavibrás "rola" sem solução há dois anos; nada se sabe dos velhos casos de caixa 2 na Ceasa e na Secretaria do Trabalho, e assim por diante.
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Olho vivo
Tolerância O presidente da Paranaprevidência, José Maria de Paula Correia, faz as seguintes observações sobre nota publicada ontem: seu sobrenome não é Araújo; não está há cinco anos à frente do órgão, mas há dois anos e meio; não está em busca de notoriedade; e não silenciou em relação à briga sobre a legalidade das aposentadorias do Ministério Público, apenas estava gozando férias quando ela começou. Nada comentou, porém, a respeito do ponto central da nota isto é, sobre a suposta intolerância que devota ao diretor-jurídico, Francisco Alpendre, que vem aparecendo como preferido do rei.
Quase livre Só depende da boa vontade do STJ a manutenção do deputado Jocelito Canto na Assembléia. Ele foi condenado à suspensão de seus direitos políticos e à perda do mandato em razão de uma ação movida pelo Ministério Público Estadual. O MP Federal, no entanto, acha que o deputado não merece a pena e vai pedir ao STJ que lhe conceda um habeas-corpus. Se o STJ aceitar, Jocelito se salva.
Moda 1 Virou moda na Assembléia os deputados pedirem licença cada vez que se vêem em maus lençóis. O primeiro foi Felipe Lucas (PPS), após passar por situação ridícula ao ganhar um ônibus de brinquedo de Requião por ter comparecido a uma das sessões da escolinha, há meses.
Moda 2 E ontem foi a vez do deputado Dr. Batista (PMN) informar que pegará folga de três dias para descansar do papelão que acabara de aprontar em discurso na tribuna, quando anunciou a decisão de retirar sua assinatura do projeto de emenda constitucional que previa o fim do nepotismo no Paraná.
Não vale O pai da vale-transporte, deputado Affonso Camargo, pode assumir a paternidade de outra iniciativa na área do transporte: ele relatou a favor do projeto que legaliza as moto-táxis no país. Ainda não se sabe quem assumirá a responsabilidade pela absoluta falta de segurança a que estarão sujeitos os passageiros.
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"Aprovamos uma lei que defende a economia do Paraná."
Do líder do governo na Assembléia, deputado Luiz Cláudio Romanelli, exultante com a aprovação do projeto que transforma a Copel em empresa de pedágio.
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