Os primeiros dias de fevereiro serão cruciais para o futuro da Operação Quadro Negro: estará em julgamento pela 2.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça o pedido de habeas corpus impetrado em favor do dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, em prisão preventiva desde dezembro passado e, segundo se informa, detentor de um bem guardado e incriminador pendrive.
A eventual soltura de Eduardo Lopes depende de um trio de magistrados e será decidida a partir do voto que o relator sorteado, desembargador José Maurício de Almeida, proferir. Impossível prever o resultado, mas não será surpresa se o habeas corpus for indeferido – assim como têm sido indeferidos mais de 90% dos HCs impetrados por acusados presos no âmbito da Operação Lava Jato.
Tem sido regra dos tribunais superiores (TRF4, STJ e STF) manter presos todos os que tiveram preventivas decretadas pelo juiz Sergio Moro – especialmente nos casos em que, soltos, os suspeitos detenham potenciais meios de atrapalhar as investigações, como, por exemplo, o de pressionar testemunhas ou destruir documentos.
Seria o caso de Eduardo Lopes de Souza em relação ao caso em que é protagonista, a Operação Quadro Negro, que investiga desvio de dinheiro público que era destinado à construção e reforma de escolas pelo governo do Paraná. Antes de ser preso, Lopes, segundo apurou o Gaeco, teria ofertado dinheiro para que seus “laranjas” se mantivessem calados. Isto é, já faz parte do seu currículo uma tentativa de atrapalhar as investigações.
Advogados e políticos tentam influenciar para que o habeas corpus seja concedido. Estão todos assombrados com a possibilidade de que Lopes, premido pelo constrangimento da prisão, lance mão do instituto da delação premiada. Teria munição suficiente para implodir biografias e colocar no banco dos réus alguns políticos suspeitos de receber propinas. A munição estaria contida no suposto pendrive que alega possuir, no qual haveria gravações dos momentos em que ele fazia repasse de dinheiro vivo.
Olho vivo
A sabatina que a Gazeta do Povo fez com os pré-candidatos à prefeitura de Curitiba – concluída ontem com a entrevista de Rafael Greca (PMN) – revela que, em vez de eleição, a capital pode assistir a um “torneio bola murcha”, à moda criada pelo Fantástico, da Globo. Nenhum dos sete entrevistados conseguiu marcar um gol que os dignasse a pedir música. Uns por evidente fragilidade técnica e/ou por desconhecimento da realidade; outros, por encenarem valentias que não possuem ou por propostas que passam longe das possibilidades de realização.
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