A Câmara Municipal de Curitiba seria também uma “ilha de prosperidade” em meio ao deserto financeiro em que vive a prefeitura – a exemplo das acusações que pesam, no âmbito estadual, sobre o Judiciário, Assembleia e Ministério Público, que contam cofres recheados enquanto o Executivo sofre na corda bamba. Nos últimos anos, os vereadores acumularam R$ 53 milhões em sobras orçamentárias e as puseram para render em aplicações bancárias formando um fundo para a construção de novo edifício-sede
Surgiu agora, porém, proposta da Comissão Executiva da Câmara que dá destino imediato e melhor à grana: socorrer as combalidas finanças da prefeitura, que afirma não contar com recursos suficientes para manter cuidados básicos que a cidade reclama, como roça de mato, melhorias na saúde pública, pavimentação e manutenção de ruas e calçadas, além de outras rotinas da administração.
O projeto, que ainda depende de votação, prevê uma condição: para receber o dinheiro, o prefeito Gustavo Fruet precisa assinar termo pelo qual ele ou seu sucessor se comprometa a iniciar a construção da sonhada nova sede para os vereadores no prazo máximo de dois anos. Tem vereador, como Hélio Wirbiski (PPS), que não concorda com esta modalidade de empréstimo e quer que a verba seja devolvida ao tesouro sem qualquer exigência.
O presidente, vereador Ailton Araújo, pensa diferente e se justifica: não dá mais para os vereadores trabalharem apertados na sede histórica, construída há mais de um século, onde sequer é possível abrigar mais de 200 pessoas nas galerias do plenário. Anexos, porões e “puxadinhos” foram improvisados ao longo do tempo para dar espaço aos 38 gabinetes e servidores.
Se este acordo for aceito, espera-se pelo menos que a qualidade da atuação dos vereadores seja proporcional ao investimento na nova sede: os R$ 53 milhões que sobram na Câmara e faltam para serviços básicos exigidos pela população não podem ser desperdiçados em projetos e debates inúteis ou em assistencialismo eleitoreiro.
Olho vivo
Professores da APP-Sindicato e aliados de outros movimentos sociais prometem agitar o Centro Cívico na tarde amanhã para lembrar o primeiro aniversário da já histórica batalha de 29 de abril. Embora não haja sinais de disposição para a violência por parte dos manifestantes, o Palácio Iguaçu achou melhor de se prevenir: determinou prontidão da tropa afim de conter eventuais atos de vandalismo. Ao contrário do que ocorreu no ano passado, quando o confronto com a PM fez 213 feridos, a ordem agora é não responder a provocações com força desproporcional.
Secretaria estadual de Saúde Pública investiga suspeitas de que Paranaguá estaria subnotificando casos de dengue no município. Calcula-se que cerca de sete mil casos de dengue ocorridos na cidade – campeã paranaense nesta modalidade epidêmica – teriam sido “escondidos” por gestores locais. Assim, se confirmada a suspeita, passaria de 20 mil o número de pessoas infectadas em Paranaguá este ano e não “apenas” 13.840, conforme balanço divulgado na última terça-feira.
Vice-presidente do Banco do Brasil, o ex-senador paranaense Osmar Dias poderá estrelar amanhã como depoente na Comissão Especial do Impeachment como parte da defesa de Dilma Roussef. Pelo calendário da Comissão, nesta quinta (28) falam os autores do pedido de afastamento, os advogados Miguel Reale e Janaína Pachoal. Amanhã, a sessão estará reservada à defesa pelo Advogado Geral da União, José Eduardo Cardozo, auxiliado por dois ministros (Katia Abreu e Nelson Barbosa) e, provavelmente, por Osmar na condição de gestor dos recursos do Plano Safra, um dos programas sobre os quais Dilma teria pedalado.
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