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Nos corredores

Enfim, a reforma

O deputado Sandro Mabel (PR-GO) adiou para a próxima terça-feira o relatório final da proposta de reforma tributária na comissão especial que trata do tema na Câmara. O projeto é apontado por governistas como um dos remédios de última hora para crise econômica mundial. Dos três paranaenses na comissão, Rodrigo Rocha Loures (PMDB) deve votar a favor do texto, Eduardo Sciarra (DEM), contra, e Luiz Carlos Hauly (PSDB) não deve comparecer, já que está em campanha para a prefeitura de Londrina.

Sem apoio

A aclamação da candidatura do paulista Michel Temer à presidência da Câmara só não contou com o respaldo de 2 entre os 96 deputados federais do PMDB, na última quarta-feira. Ambos são paranaenses – Osmar Serraglio e Hermes Parcianello. Serraglio não se manifestou porque também pretende se candidatar ao cargo, mesmo sem o apoio do partido. Entre os sete deputados peemedebistas do Paraná, ele só deve somar o voto de Parcianello e o de Marcelo Almeida.

Com carinho

Quinto colocado nas eleições de Londrina, o deputado federal André Vargas (PT) reclamava de ainda não ter sido procurado por Hauly na última quarta-feira, no Anexo 2 da Câmara, quando cruzou com o colega, Abelardo Lupion (DEM). O democrata, que apóia o tucano, perguntou o que faltava para o petista declarar apoio a Hauly. Quando entendeu que só precisava de um pedido "com jeito", Lupion abraçou Vargas e fez o papel do amigo candidato. E os dois encontram-se hoje em Londrina para selar a aliança.

A vitória folgada de Beto Richa (PSDB) em Curitiba tornou o momento político do Paraná tão monótono que a distração é falar sobre 2010. Mais do que um possível embate entre o prefeito e Osmar Dias (PDT) pelo Palácio Iguaçu, o foco das negociações nos próximos dois anos será deslocado para Brasília. Nunca a eleição para o Senado teve tanto peso quanto no cenário que se desenha.

Duas cadeiras estarão em disputa, a de Osmar e a de Flávio Arns (PT). Ao contrário da modorrenta campanha de 2006, quando Alvaro Dias (PSDB) enfrentou um batalhão de candidatos inexpressivos e ainda sofreu para derrotar Gleisi Hoffmann (PT), a que se aproxima será das mais complexas. Pelo menos seis nomes têm chances reais de ganhar.

O favorito é o governador Roberto Requião (PMDB), que saiu mais fraco das últimas eleições, mas permanece rei nos grotões. Depois dele, todos têm possibilidades parecidas. Gustavo Fruet (PSDB) talvez largue um pouco na frente pelo respaldo de ter sido o deputado federal mais votado no Paraná em 2006.

Pelo PT, Gleisi Hoffmann aparece com mais jogo de cintura e a imagem fresca na cabeça dos eleitores, apesar da acachapante derrota no pleito municipal. Ainda há Flávio Arns. Ícone dos movimentos de pessoas com deficiência, o atual senador não tem clima entre os petistas, mas pode ser beneficiado por uma lei que flexibilize a fidelidade partidária e permita que ele mude de legenda para concorrer.

Os dois últimos da lista vão proporcionar o gran finale dessa história. Os deputados federais Ricardo Barros (PP) e Abelardo Lupion (DEM), aparentemente, têm menos capital eleitoral que os adversários, porém, presidem com mão-de-ferro seus partidos e possuem mais representatividade no interior. Além disso, Barros é vice-líder do governo na Câmara, com liberdades no Palácio do Planalto, enquanto Lupion permanece como nome forte da temida bancada ruralista, que domina um terço do Congresso.

Acima das urnas, o poder de ambos está nos bastidores. Beto conseguiu um resultado histórico porque teve uma administração bem avaliada e porque conseguiu reunir uma aliança enorme, quase inchada demais, com 11 partidos. Grande parte dos acordos que geraram essa coligação passou pelos dois deputados federais.

Pois a conta de tanta generosidade será cobrada em 2010. Como? Barros e Lupion devem agir para que Beto não saia candidato a governador e que o mesmo grupo que garantiu a reeleição em Curitiba apóie apenas Osmar. O objetivo é garantir o pedetista – ele sim considerado imbatível – fora da briga pelo Senado.

Moral da história: será a primeira vez em muitos anos que a concorrência pelas vagas de senador vai nortear diretamente a eleição para o governo do estado. Não havia uma briga tão acirrada desde 1982, quando Alvaro Dias venceu Ney Braga. O resultado, surpreendente, aposentou Braga da política.

Em 2010, a chance de outro figurão ser forçado a pendurar as chuteiras também é grande.

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