Nos corredores
Samek Duracell
Raro nome da administração federal que conseguiu permanecer no cargo durante os dois mandatos de Lula e na gestão Dilma, o diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek (PT), diz que não tem tempo de se articular politicamente para as eleições de 2014. "Meu negócio é só a política energética", disse. Depois de concorrer ao governo do Paraná, em 1994, o petista foi cotado para ser vice de Osmar Dias (PDT), em 2010.
Manual de Requião
Apesar do afastamento das articulações políticas, Samek faz uma aposta para a formação do quadro eleitoral paranaense de 2014: Roberto Requião (PMDB) será candidato a governador. "Eu escrevi o manual de como lidar com o Requião, que está com a edição esgotada. Pode acreditar que ele está dentro", declarou.
Vou, não vou...
Mentor de um jantar das bancadas estadual e federal do PMDB com o vice-presidente Michel Temer, no dia 4 de dezembro, o deputado federal Marcelo Almeida vem enfrentando dificuldade em apaziguar os colegas. Vários deputados estaduais não querem a presença dos federais, nem dos senadores Sérgio Souza e Roberto Requião.
Se a política brasileira tivesse trilha sonora, pode acreditar que cansaríamos de escutar Raul Seixas. Desde 2007, quando Lula assumiu o segundo mandato após superar o escândalo do mensalão e se declarou uma "metamorfose ambulante", mudar de aliado, opinião e ideologia (?) virou hit. Mas nada supera a capacidade multiforme do PMDB seja na política nacional quanto na local.
Em 2002, o partido ocupou a vice de José Serra (PSDB) na campanha presidencial. Oito anos depois, embarcou Michel Temer como vice no barco oposto, de Dilma Rousseff (PT). No Paraná, depois de comandar o Palácio Iguaçu com Roberto Requião, a legenda apoiou Osmar Dias (PDT) contra Beto Richa (PSDB), em 2010, e agora é aliada do governador tucano.
A salada é tão farta que, a menos de 11 meses da eleição de 2014, está difícil compatibilizar o cardápio estadual com o federal. Tudo indica que Temer vai continuar na vice de Dilma. No Paraná, há três correntes: coligar-se com Richa, lançar candidato próprio ou apoiar a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT).
A opção mais forte no momento é a primeira, capitaneada pela bancada de 13 deputados estaduais. Para vencer, no entanto, precisa conseguir o apoio de uma das alas controladas pelos dois principais caciques do partido, Requião e seu ex-vice Orlando Pessuti. Ainda, assim falta um encaixe primordial: como apoiar, ao mesmo tempo, uma candidatura presidencial do PT e outra para governador do PSDB?
A bancada estadual está em busca da fórmula mágica que viabilize essa possibilidade. Para isso, encomendou ao presidente do PMDB no Paraná, deputado federal Osmar Serraglio, uma pesquisa sobre a legalidade de formar chapa com Richa para o governo e de lançar um candidato "solteiro" para o Senado. A estratégia serviria para atrair Pessuti, que ficaria com a nova vaga e abriria o palanque para Dilma.
Serraglio revirou as gavetas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e encontrou um agravo regimental de setembro de 2010, que teve como relator o ministro Arnaldo Versiani. A decisão rememora outra resolução do TSE (20.126/1998, do ministro Néri da Silveira) que considera legal as candidaturas solteiras para o Senado. "Não obstante a coligação explicitamente deliberada para governador, exato é que os partidos dela integrantes não podem ficar, por esse motivo de concorrer, isoladamente, a senador", diz o voto de Silveira.
Em outras palavras, PSDB e PMDB poderiam estar na mesma coligação de Richa e disputar, cada um por si, sem coligações, a cadeira de senador. Esse caminho prejudicaria a candidatura à reeleição Alvaro Dias, que teria menos tempo de televisão. Alvaro, que por anos viveu uma relação belicosa com Richa, aproximou-se do governador nos últimos dias, graças a uma costura que envolveu o presidenciável Aécio Neves.
Além da tal vaga solteira para o Senado, o PMDB também deve negociar a vice de Richa. É um custo elevado, mas parece mais em conta para o PSDB do que enfrentar uma candidatura de Requião. Difícil vai ser explicar ao eleitor como um partido consegue estar com um pé em cada canoa.
Mais uma vez, como diria Raul, os peemedebistas jogam com a fórmula de que não têm aquela velha opinião formada sobre tudo.
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