Nos corredores

Na defesa de Barbosa

Na contramão dos críticos ao comportamento do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, durante o julgamento dos recursos do mensalão, Osmar Serraglio diz que o ministro está agindo certo ao brigar pela essência dos delitos cometidos pelos condenados e não ao formalismo processual. "No Brasil, o advogado mais valorizado é processualista, que fica em busca de brechas, recursos na lei", diz o deputado paranaense, que foi relator da CPI dos Correios, que investigou o mensalão no Congresso.

Faltam os depósitos

Depois de conseguir uma vitória no Supremo Tribunal Federal semana passada em relação à pendência com gasto de saúde no Cadastro Único de Convênios da União (Cauc), que travava os empréstimos negociados pelo estado, o governo do Paraná espera pelo julgamento de um mandado de segurança sobre o uso de depósitos judiciais tributários.

O processo tem como relator o ministro Gilmar Mendes. A decisão pode dar acesso a um recurso de R$ 2,3 bilhões.

De novo no Senado

Se a Secretaria do Tesouro Nacional realmente destravar a liberação dos empréstimos negociados pela gestão Richa, dois contratos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, de US$ 60 milhões e de US$ 67,2 milhões, vão precisar passar pelo aval do Senado. Na última experiência, em um empréstimo de US$ 350 milhões do Banco Mundial, a demora para apreciação foi de quase quatro meses.

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Tudo indica que o fiel da balança da eleição para o governo do Paraná em 2014 será o PMDB. Qualquer um dos três caminhos possíveis para o partido – candidatura própria, apoio a Beto Richa (PSDB) ou a Gleisi Hoffmann (PT) – será decisivo para o resultado final. Por isso as negociações começaram por todos os lados.

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Presidente estadual do PMDB, o deputado federal Osmar Serraglio conversou com Richa há duas semanas. E abriu o jogo sobre como foi o diálogo. Segundo ele, o governador estaria disposto a ceder a vice para um peemedebista, tirando a vaga que hoje é ocupada pelo tucano Flávio Arns.

Há outros entraves. Maior bancada da Assembleia e da Câmara dos Deputados, a legenda estaria exigindo a formação de um chapão para as eleições proporcionais. O que seria ruim para os parlamentares tucanos, mas pode ser encaixado no acordo.

Segundo Serraglio, os 13 deputados estaduais do PMDB são quem têm mais preponderância para decidir para qual lado vai o partido em 2014. Se for assim mesmo, o grupo pró-Richa sairá vitorioso. É só lembrar que dois deles (Luiz Cláudio Romanelli e Luiz Eduardo Cheida) são secretários do governo estadual e que só Anibelli Neto não aderiu à base do governo tucano na Assembleia.

Apesar de toda essa conjuntura local, é inegável a estranheza de ver o PMDB do lado do PSDB contra Gleisi, ministra da Casa Civil e pupila da presidente Dilma Rousseff. Como ficaria a direção nacional do partido, que tem Michel Temer como vice-presidente da República? Richa também tem tentado se adiantar a essa barreira.

Na última viagem que fez a Brasília, dia 7, o governador teve encontros com as cinco principais lideranças do PMDB. Em menos de seis horas, conversou com Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o presidente nacional da legenda, senador Valdir Raupp, e o líder da legenda na Câmara, Eduardo Cunha. Se surtiu efeito, só o tempo dirá.

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Para o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, Richa está tentando comprar "terreno na lua" ao negociar tão cedo com os peemedebistas. A lógica é simples: no fundo, seria muito mais vantajoso para os parlamentares estaduais e federais em busca da reeleição ter uma candidatura própria a governador. Ou seja, o tucano estaria sendo enrolado agora para ser abandonado depois.

É aí que renasce o senador Roberto Requião (PMDB). Isolado das decisões centrais do partido desde que perdeu o diretório estadual para o grupo de Serraglio e do desafeto Orlando Pessuti, ele conseguiu na semana passada uma decisão judicial para manter seus aliados no comando do diretório do partido em Curitiba. Além disso, começou a rodar o interior com uma agenda clara de pré-candidato.

Muito mudou na política do Paraná nos últimos 20 anos, menos o fato de que Requião nunca foi carta fora do baralho. Ele foi candidato a todas as eleições para o Palácio Iguaçu em que estava apto desde 1990. Não vai ser agora, com mandato garantido no Senado, que vai perder a chance.

Com base nesse retrospecto, Richa tem razão de correr atrás do PMDB. Se não conseguir amarrar o partido antes de Requião, vai enfrentar uma campanha duríssima pela reeleição. Com Richa, Requião e Gleisi no páreo, é quase impossível não haver segundo turno.

2014 no Paraná vai ser com emoção.

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