Nos corredores
Serraglio x Zeca
A reunião da bancada federal paranaense na última terça-feira teve dois momentos. O primeiro, aberto ao público. O segundo, restrito aos parlamentares, que presenciaram uma grave discussão entre Osmar Serraglio (PMDB) e Zeca Dirceu (PT). Após semanas de atritos, ambos lavaram a roupa suja entre conterrâneos. A briga envolve a paternidade na liberação de recursos federais para a Região Oeste.
Aplausos e entrevistas
O ex-deputado federal Gustavo Fruet aproveitou a passagem por Brasília nesta semana para rever antigos amigos na Câmara. Ao chegar na consultoria legislativa do PSDB, foi recebido com aplausos pelos funcionários. Mesmo fora do PSDB, foi procurado por jornalistas de vários veículos nacionais para falar sobre a situação do partido entre eles a revista Época e o jornal Valor Econômico.
Restam cinco
No arrastão feito pelo governador Beto Richa (PSDB) a favor da candidatura de Luciano Ducci (PSB) à prefeitura de Curitiba, sobraram até agora só cinco partidos que podem apoiar Fruet em 2012 PT, PDT, PR, PV e PCdoB. Nas contas do ex-deputado, é necessária uma aliança de duas a três legendas para começar a campanha com força.
Aos questionadores de plantão, PMDB e Palácio do Planalto têm o argumento pronto para defender a escolha do deputado maranhense Gastão Vieira para o Ministério do Turismo. Ao contrário do colega Pedro Novais, ele tem experiência administrativa. É só ver no currículo as passagens pelas secretarias de Educação e Planejamento do Maranhão.
Seria excelente, não fosse o que isso realmente significa. Segundo os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) divulgados nesta semana, Maranhão e Espírito Santo são os estados com o maior número de escolas na "zona de rebaixamento" da avaliação. Juntos, os dois têm dez instituições entre as 20 piores do ranking nacional.
No geral, o Maranhão também foi o terceiro estado com as piores notas no exame. Vale lembrar que Gastão Vieira foi secretário de Educação entre 1995 e 1998. Ou seja, houve tempo suficiente para os maranhenses colherem os "resultados" de sua gestão.
Pela Secretaria de Planejamento foram duas passagens, de 1991 a 1994 e de 2007 a 2010. Seria igualmente injusto não concedê-lo os méritos da evolução social maranhense. A propósito, o estado tem o segundo pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, o que o nivela à pobreza do Gabão.
Gastão Vieira também tem o traquejo de cinco mandatos na Câmara. Além disso, faz parte de um grupo que há décadas dá alegrias ao país, o PMDB da família Sarney. A soma de todos esses ingredientes só comprova uma coisa: Dilma Rousseff trocou de ministro, mas não mudou o modelo político que deixa sua gestão em uma permanente corda bamba.
Ao contrário de Pedro Novais, Gastão Vieira pode até não ter pagado motel com dinheiro da Câmara. Mas é impossível acreditar que ele seja um nome interessante (ou pelo menos plausível) para gerir o turismo brasileiro às vésperas da Copa do Mundo e Olimpíada. De quem é a culpa: da presidente ou do PMDB?
Dos dois. Os peemedebistas mais uma vez perderam a oportunidade de melhorar a própria imagem. Engraçado como eles não sentem constrangimento de se envolver em tantos escândalos e repetir a mesma fórmula de sempre.
Nos últimos anos, especialistas têm tentado definir as bizarrices do PMDB, mas nunca acertam o alvo. Uns chamam o partido de fisiológico, de confederação de oligarquias, outros de legenda da governabilidade. O mais correto é que o PMDB virou a sigla da chantagem.
Caberia então a Dilma o papel de vítima, certo? Errado. A mesma presidente durona que se destemperou com a pergunta sobre o toma lá dá cá no governo feita por Patrícia Poeta no Fantástico do último domingo, não se dispôs a barrar a farra peemedebista três dias depois.
Dilma também não gostou de falar sobre faxina, considerou o termo inadequado. Aí ela estava certa. A limpeza no governo até agora só saiu graças à investigação da imprensa, que encontrou a sujeira, amontoou e esperou (bastante) para que o governo recolhesse.
Depois da queda do quinto ministro, seria ótimo sentir a sensação de que as coisas estão melhorando, de que Dilma só está aguentando o tranco de um início turbulento. A cada repetição de equívocos políticos, o Brasil para no tempo. Não só perde a oportunidade de um futuro melhor, coloca a todos de castigo nos mesmos bancos de escolas maranhenses.
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