Nos corredores
Empréstimos no Senado
De passagem por Brasília na semana passada, o secretário estadual da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, aproveitou para conversar com os três senadores paranaenses. Hauly prepara terreno para a votação de dois empréstimos que devem chegar ao Senado ainda em março. Desde o ano passado, o Paraná negocia US$ 350 milhões com o Banco Mundial e US$ 300 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Os recursos serão aplicados em 13 programas nas áreas de educação, saúde, segurança, meio ambiente e assistência social.
Universidade parlamentar
O presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB), promete lançar nos próximos meses uma espécie de "universidade legislativa", centro de estudos para aprimorar os trabalhos da Casa. Segundo ele, a intenção é abrir a Assembleia para palestras e cursos de especialistas de diversas áreas, como juristas de renome no estado. A iniciativa já acontece no Senado, por meio do Instituto Legislativo Brasileiro.
Saúde popular
A Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional divulgou um balanço na semana passada sobre as emendas de iniciativa popular que serão destinadas aos municípios brasileiros com menos de 50 mil habitantes ao longo de 2012. Dos 4.956 municípios brasileiros nessa faixa de população, 3.946 (80%) enviaram a sugestão de emenda e dividirão um bolo de R$ 2,2 bilhões. No Paraná, de 367 cidades enquadradas, 326 (89%) serão contempladas com valores que variam de R$ 300 mil a R$ 600 mil, de acordo com o número de habitantes.
Nem passou a eleição de 2012 e os principais grupos políticos do Paraná já estão de olho em 2014. Em pauta, uma encrenca previsível: a escolha dos candidatos para o Senado. A vaga é tratada como a joia da coroa na negociação de alianças e pode promover uma reviravolta no quadro estadual formado a partir de 2010.
Com a inevitável candidatura à reeleição do governador Beto Richa (PSDB), o posto servirá de barganha para atrair novos parceiros para a chapa. Por incrível que pareça, a primeira opção ventilada pelo comando tucano no estado é Osmar Dias (PDT). Sim, os paranaenses já viram essa novela antes.
Em meados de 2010, o então senador Osmar estava quase convencido a tentar a reeleição em uma aliança com Richa. Mudou de ideia nos acréscimos do segundo tempo graças à lábia do ex-presidente Lula. Acabou encarando a disputa ao Palácio Iguaçu e o resto da história todo mundo conhece.
A reaproximação a Osmar seria uma jogada estratégica do PSDB. Enfraqueceria o polo petista e a possível candidatura da ministra Gleisi Hoffmann a governadora. Além disso, resolveria outro problema interno: as desavenças entre Richa e o senador Alvaro Dias.
Uma vaga
Vale lembrar que, ao contrário da última eleição, haverá apenas uma cadeira ao Senado em jogo. Como há uma espécie de pacto entre os dois irmãos de não concorrer entre si, a opção por Osmar neutralizaria Alvaro. A tese é simples, mas a execução é complicada.
Em primeiro lugar porque Osmar é vice-presidente de agronegócios do Banco do Brasil. Logo, membro do governo Dilma Rousseff. Em segundo, porque ele não dá sinais de desalinhamento aos petistas.
Pelo contrário, o ex-senador abriu as portas do PDT ao ex-tucano Gustavo Fruet, em um lance fundamental para o futuro da polarização entre PT e PSDB no Paraná. Se Fruet ganhar em Curitiba, tudo muda de figura. E o próprio Osmar recupera forças para tentar ser governador em 2014.
Socorro
Em segundo lugar, Alvaro não é uma figura descartável. Líder do PSDB no Senado, ele é um dos poucos que topam segurar as pontas da oposição no Congresso Nacional. Apesar de os tucanos caminharem para se transformar em uma federação de oligarcas regionais, como o PMDB, é de se esperar que a direção nacional do partido tome algum tipo de medida para socorrer Alvaro.
Por último, existem outros nomes interessados na vaga. O presidente da Assembleia Legislativa e do PSDB paranaense, Valdir Rossoni, não esconde o desejo de migrar para Brasília. A segunda opção, segundo o próprio, é concorrer a deputado federal.
Há ainda o secretário estadual de Indústria e Comércio, Ricardo Barros (PP), quarto colocado na última eleição para o Senado. No campo petista, a alternativa é o deputado federal André Vargas. Ou seja, não faltam combinações para os dois lados.
Tudo o que vai acontecer em 2014, no entanto, passa pela disputa municipal de 2012. A questão é que a antecipação das negociações tem efeito imediato. Em outras palavras, candidaturas de hoje podem estar sendo minadas por interesses de amanhã.