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Nos corredores

Requião presidenciável

Se Roberto Requião conseguir chegar à convenção nacional do PMDB como opção de candidato próprio a presidente, vai repetir o feito de 2010. Na ocasião, 560 convencionais votaram a favor da aliança que colocou Michel Temer como vice de Dilma Rousseff. A opção com Requião como cabeça de chapa recebeu 95 votos e com o jornalista Antonio Pedreira, quatro.

Convite para Rosane

Pré-candidata ao Palácio Iguaçu, a deputada federal Rosane Ferreira (PV) passou fevereiro escrevendo o plano de governo que pretende apresentar na campanha. Rosane está entre os oito representantes do Paraná na Câmara que já decidiram que não vão concorrer à reeleição.

Gleisi nas maiores

Gleisi Hoffmann emendou a semana de carnaval longe de Brasília, em compromissos no Paraná. Na agenda, conversou com os prefeitos das duas maiores cidades do estado. Na quinta-feira, esteve em Curitiba com Gustavo Fruet (PDT). Na sexta, visitou Alexandre Kireeff (PSD), em Londrina.

Cada fagulha que sai da crise entre petistas e peemedebistas em Brasília se alastra como incêndio nas negociações das alianças estaduais. O fogo ficou incontrolável no Rio de Janeiro, onde o PMDB de Sérgio Cabral e seu candidato a governador, Luiz Fernando Pezão, não aceitam que o PT lance o senador Lindbergh Farias. No Paraná, a chama parece pender cada vez mais para o lado do PSDB de Beto Richa.

A sucessão paranaense demorou para entrar no radar da briga nacional porque persiste o impasse sobre uma possível candidatura de Roberto Requião. Mas nada impede um empurrãozinho para desfazer o imbróglio. A estratégia é a mesma de sempre – criar dificuldades para vender facilidades.

Na sexta-feira passada, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RR), massageou o ego de Requião ao citá-lo como alternativa de nome próprio para a disputa pelo Planalto, caso o rompimento com o PT seja inevitável. Nada indica que a hipótese seja viável. Por outro lado, o "engrandecimento" de Requião tira o foco dele do Palácio Iguaçu.

Antecipar a questão do Paraná, como se não houvesse mais alternativa à aliança com o PSDB, pode valer ouro em Brasília. Tanto que caciques nacionais do partido sinalizaram depois do carnaval para lideranças estaduais que as conversas com os tucanos estão liberadas. Trocando em miúdos, deram carta branca para que a dificuldade fosse deflagrada – falta agora calcular o preço da facilidade.

Tudo indica que não vai ficar barato. Ao deixar o principal ministério do governo Dilma Rousseff para concorrer a governadora do Paraná, Gleisi Hoffmann virou bandeira petista. Para os adversários, impor uma campanha desconfortável para Gleisi traz o bônus de atingir o moral da presidente.

Com o PMDB do lado de Richa, a situação da senadora fica complicadíssima. A tendência é que o espectro de alianças com outras legendas seja ainda mais reduzido. Hoje, estão garantidos com Gleisi apenas o PCdoB e o PDT do prefeito Gustavo Fruet.

Restam alguns trunfos à petista. O principal deles é o vice-presidente da República e presidente de honra do PMDB, Michel Temer. Os dois se aproximaram na época em que ela estava na Casa Civil, o que pende para o lado dela no caso de uma decisão final que precise passar pela cúpula peemedebista.

O outro trunfo é Lula, que por sinal desembarca em Curitiba na sexta-feira justamente para turbinar a campanha de Gleisi. O ex-presidente tem peso e canais de diálogo abertos com várias lideranças paranaenses, como Requião. Sem contar que, em caso de uma reviravolta com ele no lugar de Dilma, o tabuleiro eleitoral viraria de cabeça para baixo.

Todas essas conjecturas remetem a 2010, quando o Paraná também virou peça-chave na disputa entre Dilma e José Serra (PSDB). Na ocasião, Lula e Temer foram fundamentais nas costuras para que PT e PMDB se juntassem em torno da candidatura de Osmar Dias (PDT). Nos últimos minutos, os dois evitaram que Osmar fosse candidato ao Senado na chapa de Richa.

A diferença para 2014 é a preocupação em adiantar os "minutos finais". A três meses do início das convenções partidárias, as preliminares – sejam elas para consolidar ou desmontar alianças – tendem a ser mais emocionantes que as partidas principais.

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