Nos corredores
Líderes paranaenses
Com a indicação de Fernando Francischini para a liderança da bancada do Solidariedade na semana passada, o Paraná passou a ter três representantes no colégio de líderes da Câmara dos Deputados. Os outros dois são Rubens Bueno (PPS) e Eduardo Sciarra (PSD). É o colégio quem decide a pauta de votações da Casa.
Sérgio Souza e a Câmara
No exercício da suplência da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), para o Senado, o paranaense Sérgio Souza (PMDB) já se mobiliza para concorrer à Câmara dos Deputados no ano que vem. O melhor cenário para Souza é herdar as bases eleitorais de Osmar Serraglio, cotado para a vice de Gleisi e Beto Richa (PSDB) no ano que vem.
Deixa disso?
No mesmo dia em que Gleisi e o secretário estadual de Infraestrutura, José Richa Filho, se comprometeram a "despolitizar" a discussão sobre o programa de arrendamentos do Porto de Paranaguá, o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB) mandou um ofício para a Casa Civil para que o governo federal delegue o processo de concessões ao governo estadual. O pedido é amparado na recém-aprovada MP dos Portos.
Após vencer em 2002, o PT transformou as eleições presidenciais em uma receita de bolo. Coloque uma porção de Lulinha "paz e amor", reserve o passado privatista dos tucanos e impeça a fermentação de uma terceira via com doses generosas de pragmatismo e cargos na Esplanada. Aí é só embalar tudo em uma propaganda caprichada e servir aos eleitores.
Em dez anos, a aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva no PSB parece ser o primeiro ingrediente capaz de azedar essa combinação. Não, a formação da dupla não é uma revolução no jeito de se fazer política no Brasil. Mas pelo menos gera uma nova perspectiva de debate para 2014.
A cartilha petista de polarização com o PSDB criou um formato de discussão política voltada para o retrovisor. Sempre se trabalhou com mitos do que ficou para trás: desemprego, baixo poder de consumo, falta de confiança na economia. Tudo gira em torno da herança maldita.
Não é só uma prática nacional. No Paraná, Roberto Requião (PMDB) dedicou oito anos à desconstrução da imagem de Jaime Lerner (DEM). Prestes a completar três anos no Palácio Iguaçu, Beto Richa (PSDB) tampouco imprime uma marca própria, amarrado ao catastrofismo da era Requião.
Eduardo e Marina têm nas mãos a oportunidade de jogar o confronto de ideias para o futuro. Ex-ministros de Lula, eles não cabem na lógica do receituário petista. Será difícil isolá-los em uma disputa maniqueísta entre esquerda e direita, pobres e ricos, bem e mal.
No discurso de filiação de Marina, sábado passado, Eduardo foi direto ao ponto: a união tinha intenção de "quebrar a falsa polarização entre PT e PSDB". Incrível como isso estava bem embaixo do nariz de todos os partidos e ninguém percebeu. A performance da ex-senadora em 2010 foi mais do que uma sinalização clara disso.
Candidata a presidente pelo modesto PV, ela aparecia por apenas 1m17s no horário eleitoral de televisão. Ainda assim, fez 19,33% dos votos válidos do primeiro turno. Em outras palavras, um a cada cinco brasileiros não topou entrar na guerra entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
Em Curitiba, Marina por muito pouco não conseguiu a façanha de ficar na frente de Dilma em segundo lugar. Somou 280.110 votos contra 281.039 da petista. Já no Distrito Federal, a acreana ganhou o primeiro turno, com 41,96% dos votos válidos, contra 31,74% de Dilma e 24,3% de Serra.
Não é raro escutar de então aliados detalhes sobre a precariedade da estrutura de campanha de Marina. A deputada federal Rosane Ferreira (PV), coordenadora no Paraná, relata que quase sempre faltava material de divulgação. Era na base da força de vontade ou nada feito.
Ao que tudo indica, não será assim no ano que vem. A chapa Eduardo-Marina (não há perspectiva de que ela passe para a cabeça da coligação) é muito mais bem estruturada do que a aventura verde de 2010. Falta agora construir um discurso mais sólido, dar liga à parceria.
As chances de vitória dependem sistematicamente da apresentação de um projeto que olhe para frente. O tema de campanha está escancarado: as manifestações de junho podem não se repetir nos próximos 12 meses, mas a crítica à ineficiência dos serviços públicos permanece latente. Se conseguirem se colocar como uma via capaz de resolver essa questão, o debate eleitoral de 2014 pode enfim partir de volta para o futuro.
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