No momento em que o Brasil mais precisa de uma oposição que preste, o PSDB só olha para o próprio umbigo. Enquanto o país agoniza em meio a pautas-bomba e a uma presidente extremamente impopular, os tucanos fazem as contas para saber como podem se dar bem com a confusão. A moda lançada na semana passada é defender a antecipação de novas eleições.

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Para que isso ocorra dentro da lei, há dois caminhos legais. O primeiro é a cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral, que avalia supostos abusos cometidos na eleição de 2014. O outro é que presidente e vice renunciem.

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Norte-Sul e pedágio

O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, vai a Curitiba no dia 21 de agosto para participar de uma reunião na Federação das Indústrias do Estado do Paraná sobre o projeto da ferrovia Norte-Sul. Vai apresentar o estudo de traçado da estrada ao longo dos três estados do Sul.

TCU

O coordenador da bancada federal do Paraná, deputado João Arruda (PMDB), conseguiu aprovar na semana passada um requerimento para convidar o presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, para participar de uma audiência sobre os contratos de pedágio no estado. A reunião vai ocorrer na Comissão de Fiscalização e Controle.

Virada de página

Aliados do governador Beto Richa (PSDB) em Brasília dão como certa uma reforma do secretariado nas próximas duas semanas. A aposta é de que haverá seis substituições no primeiro escalão. Os planos fazem parte de uma tentativa de “virar a página”, após as sucessivas crises no primeiro semestre.

Como se percebe, nenhuma das duas hipóteses depende da mera vontade do PSDB. Por isso, soam mais como choradeira que uma saída para a crise que travou Brasília. Os tucanos, na verdade, se aproveitam dos dois valores mais arraigados na cultura moderna brasileira: 1) não respeitar as regras do jogo; 2) colocar a culpa nos outros.

É a história de dar uma aceleradinha naquele ponto da avenida que não tem radar. É errado? Sim. Mas o Collor faria muito pior com a sua Ferrari, então, estou absolvido.

Tornou-se mais do que comum ouvir de caciques da legenda a tese de que, se o PT fosse oposição dentro do atual caos político, botaria para quebrar da mesma forma ou ainda mais. Mas não é justamente uma alternativa diferente dos petistas que a maioria da população quer neste momento? Quanto mais o PSDB se comprova egoísta, mais se parece com o maior adversário.

Não precisa ser muito esperto para perceber que, em qualquer nova disputa eleitoral, o partido está com a faca e o queijo do mineiro Aécio Neves na mão. Mas há sim um sério risco de derrapagem logo ali na primeira curva. O motivo: Aécio nunca evoluiu do estágio de ícone antipetista para o de estadista capaz de tirar o Brasil da crise.

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Vale rememorar o que aconteceu na campanha presidencial do ano passado. No dia 2 de setembro, Marina Silva (PSB) estava empatada tecnicamente com Dilma nas pesquisas. Aécio era tão carta fora do baralho que foi preciso até dar coletiva para desmentir os boatos de que não estava desistindo da disputa.

Nas semanas seguintes do primeiro turno, Marina tomou tanta bordoada do PT que não se sustentou. Como era previsível, os votos antipetistas caíram no colo de Aécio e ele foi para o segundo turno. Moral da história: nunca houve uma onda genuína de amor por Aécio, mas sim de rejeição a Dilma e ao PT.

Passadas as eleições, vieram o agravamento da crise econômica e a Lava Jato. Ou seja, tornou-se praticamente desnecessário atacar o prestígio dos petistas, esvaído por conta própria. Criou-se um cenário em que o PSDB teria totais condições de fazer uma oposição construtiva, quase acima do bem e do mal.

Até agora, no entanto, o partido preferiu o caminho fácil do mais do mesmo, do poder pelo poder. A questão é que, antipetista por antipetista, o PMDB de Eduardo Cunha tem sido muito mais eficiente. Já passou da hora de o PSDB mostrar se realmente tem algo de diferente a dizer. Do contrário, é melhor se acostumar com a oposição por mais longos anos.