• Carregando...

"Vou abrir uma loja de tapetes."

Gustavo Fruet (PSDB), deputado federal, sobre as rasteiras que sofreu dos colegas de partido na escolha da Executiva Nacional tucana. Ele seria secretário-geral, depois vice-presidente, mas acabou de fora da cúpula.

O advogado paranaense René Ariel Dotti foi ao Congresso Nacional na quarta-feira para receber uma homenagem e, em poucos minutos, foi surpreendido por um aflito Osmar Dias. O senador queria saber se perderia o cargo caso fosse expulso do PDT por votar contra a prorrogação da CPMF. Ouviu uma avaliação positiva, mas inconclusiva, já que não há casos similares desde que o Supremo Tribunal Federal decidiu no mês passado que os mandatos pertencem aos partidos.

Osmar é gato escaldado em termos de expulsão. Em 2001, recebeu cartão vermelho do PSDB junto com o irmão Alvaro. Ambos descumpriram a determinação da legenda para não assinar a CPI da Corrupção. Mantiveram os autógrafos, tiveram de migrar para o PDT, mas pelo menos não perderam as cadeiras no Senado.

A troca prejudicou sensivelmente a campanha de Alvaro a governador, em 2002. Sem a estrutura de um grande partido, a candidatura foi afundando até a virada de Roberto Requião, a reboque da "Onda Lula". Alvaro engoliu o orgulho e depois voltou para o ninho tucano, Osmar seguiu no PDT e copiou a derrota do irmão para Requião no ano passado.

CPMF não é CPI da Corrupção, mas sua aprovação também segue conceitos ideológicos. E, como há seis anos, Osmar não é o único paranaense que pode tombar por causa de uma desobediência partidária. Cansado do PT, Flávio Arns dá indícios de que votar contra o tributo seria um motivo digno para ser expulso.

Chutados, por querer ou sem, ambos vão ter de brigar na Justiça para provar que foram "perseguidos" pelos partidos, que devem fechar questão pró-tributo. Esse é o argumento mais plausível para o STF acatar um troca-troca depois da decisão do mês passado. Para Osmar, a explicação é óbvia: não há nos programas do PDT e PT nenhuma menção que obrigue os filiados a apoiar os impostos.

A poucos dias da votação, ainda é difícil prever como os dois vão agir. Entre 81 senadores, a "traição" da dupla pode até parecer insignificante, mas seria fundamental para o revés governista. A aprovação depende de 49 votos e, contando governistas favoráveis e indecisos, só 50 seriam favoráveis ao imposto atualmente.

Como é matematicamente visível, a rebeldia dos paranaenses provocaria um estrago gigantesco nas contas do governo. Resta ver se eles estão dispostos mesmo a pagar com os próprios mandatos pela conta de R$ 40 bilhões anuais arrecadados com a CPMF.

Nos corredores

A cura e o golpe – O deputado federal Hidekazu Takayama (PSC) insistiu em uma audiência com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, na última quinta-feira. Queria apresentá-lo ao bioquímico Elzo Ferreira, que diz ter encontrado a cura para a asma a partir de elementos da folha de xaxim. Chegando à ante-sala do ministro, foi informado que ele não estava. Então começou a percorrer o gabinete e, sem querer, abriu uma porta e encontrou Temporão. "Foi um desrespeito não nos receber e o garoto ia oferecer o remédio de graça. Não volto mais lá!", garante Takayama.

Atraso na imagem – Tucanos paranaenses que passaram em Brasília durante a Convenção Nacional do PSDB, na quinta-feira passada, deixaram alguns rastros sobre os conflitos locais. Segundo um deles, há um mistério no atraso para o começo do funcionamento da TV Assembléia. "Ninguém do governo quer botar a cara na televisão e deixar registrado que votou a favor do tarifaço", alfinetou. Tarifaço é o pacote de aumento de impostos proposto pelo governo estadual, que precisa passar pelo crivo dos deputados estaduais até o fim do ano.

Entre os cabeças – Um estudo divulgado na semana passada pela empresa de consultoria política Arkhos Advice apontou oito paranaenses entre uma elite de 135 parlamentares no Congresso Nacional em 2007. Segundo o trabalho, foram incluídos nomes que "atuam decisivamente no andamento dos trabalhos, sobre a agenda legislativa ou representam interesses organizados da sociedade brasileira". São eles o senador Alvaro Dias (PSDB) e os deputados federais Abelardo Lupion (DEM), Alceni Guerra (DEM), Cézar Silvestri (PPS), Eduardo Sciarra (DEM), Gustavo Fruet (PSDB), Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Ricardo Barros (PP).

Aeroporto em Cascavel – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, pediu na terça-feira que o projeto de construção do Aeroporto Regional do Oeste, em Cascavel, fosse encaminhado à Agência Nacional de Aviação Civil. A proposta tem como padrinho o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB), que quer que a obra seja feita com parceria da iniciativa privada.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]