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"Minha cabeça não é doente por futebol. Não me preocupa se o Paraná vai ficar de fora da Copa, mas o fato de que há irregularidades não posso me omitir."

Dr. Rosinha (PT), deputado federal, sobre uma possível perseguição da CBF ao Paraná, caso fosse instalada a CPI do Corinthians.

Lula e Roberto Requião têm uma amizade sazonal. A relação entre os dois funciona matematicamente; desentendem-se por dois anos e, a cada período eleitoral, voltam às boas. Entre mortos e feridos, pitadas de amor e ódio, uma coisa não dá para negar: quando estão de bem, eles fazem uma tabelinha de respeito.

O petista foi o principal cabo eleitoral nas duas últimas eleições para governador do Paraná. Em 2002, Requião aproveitou-se do efeito "bandwagon" e embarcou confortavelmente no carro vencedor de Lula para virar a disputa contra Alvaro Dias. Ano passado, Lula deu o empurrãozinho necessário para Requião garantir a reeleição na apertadíssima vitória sobre Osmar Dias.

O último espetáculo da dupla ocorreu em agosto, quando dividiu o palco em Guarituba, ocupação irregular em Piraquara. Era o anúncio de uma parceria que geraria R$ 1,25 bilhão em obras de saneamento e urbanização de favelas que beneficiaria 2,8 milhões de pessoas, em 35 municípios do estado. Cerca de 70% dos recursos são do governo federal e o restante bancado pelo estado.

Estava tudo lindo até um velho pesadelo de Requião voltar à tona. Desde 2003, ele briga com o Itaú porque não aceita pagar uma dívida de aproximadamente R$ 1 bilhão com o banco, provocada por títulos públicos herdados do Banestado. Na visão do peemedebista, a União tomou as dores da empresa ao aplicar uma multa mensal de R$ 5 milhões ao estado pelo problema.

A situação piorou há quatro semanas, quando a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) concluiu que o estado não cumpre as exigências para receber transferências voluntárias, devido à dívida. Nas contas da Procuradoria-Geral do Estado, a decisão ameaça de imediato pelo menos R$ 169 milhões da verba anunciada em outubro para habitação.

Lula já teria prometido algumas vezes a Requião que resolveria o problema das penalidades decorrentes da dívida. O peemedebista deu crédito, mas até agora não teve resposta prática, só pauladas da STN.

Em Brasília, corre a história de que Requião tenta e não consegue falar com Lula há 45 dias. A procuradora-geral do estado, Jozélia Broliani, já disse que há um mês tem dado com a cara na porta de órgãos do Ministério da Fazenda.

A relação parece não estar nada boa. Ainda bem que estamos em meados de novembro. E que 2008 é ano de eleição.

Nos corredores

Para que lado eu vou? – O deputado federal Marcelo Almeida (PMDB) almoça hoje com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes. A aproximação seria um simples gesto de Serra em busca de alianças para a campanha presidencial de 2010. E Almeida, o que ganha com isso? Apesar da amizade com Requião, o parlamentar tem pouco a ver com peemedebistas velhos de guerra em Curitiba, seu reduto eleitoral. Está mais para Beto Richa do que para Doático Santos. A médio prazo, a refeição tem cheiro de troca de partido.

Made for Korea – Outro deputado peemedebista, Rodrigo Rocha Loures, internacionalizou a agenda. Ele acompanhou ontem a chegada do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a Brasília. O sul-coreano reúne-se hoje pela manhã com o presidente Lula. Ouvirá pela enésima vez o pedido brasileiro para integrar o Conselho de Segurança da entidade. Rocha Loures, que é cônsul honorário da Coréia do Sul em Curitiba, estará junto. Arranha algo da complicada língua de Ki-moon.

Duplo arrependimento – O deputado federal Ratinho Júnior (PSC) foi o único paranaense que voltou atrás duas vezes no apoio à instalação da CPI do Corinthians. Ele assinou, retirou o apoio e acabou assinando de novo o requerimento, um dia antes da sessão do Congresso Nacional que enterrou a comissão. Com isso, apenas cinco deputados paranaenses refugaram o apoio à CPI: Aírton Roveda (PR), Ângelo Vanhoni (PT), Chico da Princesa (PR), Nélson Meurer (PP) e Osmar Serraglio (PMDB).

Em busca do autógrafo perdido – Ratinho "reassinou" o requerimento durante a festa de aniversário do colega de bancada Alfredo Kaeffer (PSDB). Um dos convidados presentes era o deputado paulista Sílvio Torres (PSDB), idealizador da CPI e que estava à caça de novos autógrafos. Só conseguiu mais esse.

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