Nos corredores
De novo em fevereiro
Após a reunião da bancada estadual do PMDB com o vice-presidente Michel Temer, na última quarta-feira, apenas uma decisão foi tomada: todos voltam a se encontrar de novo no Palácio Jaburu em fevereiro. Na próxima, a expectativa é contar com a presença dos deputados federais e senadores do partido.
15 segundos
No jantar com Temer, todos os convidados tiveram direito a falar antes do vice-presidente. O mais breve foi o deputado estadual Stephanes Júnior. Ele disse que gastou 15 segundos para explicar que a bancada do partido vai ser reduzida pela metade se Roberto Requião for o candidato a governador.
Nem aí...
Um dia depois do encontro no Jaburu, Requião divulgou uma agenda de candidato a ser percorrida pelo interior do Paraná no último fim de semana. O senador viajou para Foz do Iguaçu para conversar com lideranças peemedebistas de 24 cidades do Sudoeste.
Três "pês" unem as trajetórias de Nelson Mandela, Lula e Hugo Chávez política, prisão e poder. Todos foram presos por regimes que combateram, construíram um discurso social que arrebatou multidões e chegaram à presidência de seus países. Mas, como em tudo na vida, há líderes e líderes e legados e legados deixados por eles.
Faz quatro dias que Mandela morreu e possivelmente quase tudo o que deveria ser dito sobre o sul-africano já foi dito. Como descreveu a Folha de S. Paulo em editorial na sexta-feira, foi-se um "líder acima do bem e do mal". Não há mais o que acrescentar.
Na comparação com a dupla do primeiro parágrafo, Mandela foi o que ficou mais tempo na cadeia (27 anos) e menos tempo no poder (cinco anos). Chávez teve dois anos de cárcere e 14 anos de presidência. Lula permaneceu 31 dias preso e oito anos no Palácio do Planalto.
Madiba cumpriu apenas um mandato (1994-1999) e, administrativamente falando, não foi lá essas coisas. No período, a África do Sul cresceu 2,7% ao ano, enquanto ao longo de 2000 a 2010 o índice subiu para 3,9%. O pior dado foi a queda de quatro posições no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano, de 90º para 94º.
Os números poderiam ser catastróficos que ainda assim Mandela teria todo desconto do mundo não seria fácil para qualquer pessoa do planeta gerenciar uma nação recém-saída do apartheid. Estamos falando de um mito. E ponto.
O problema são as lendas que sucedem os mitos. Na África do Sul, o Congresso Nacional Africano (CNA), partido dele, mantém-se no poder até hoje. Lá se vão quase duas décadas seguidas de governo do CNA e uma lista enorme de "ismos": nepotismo, clientelismo, patrimonialismo. Além do enraizamento da corrupção.
Ainda existe o embate com a imprensa livre, essa golpista. Qualquer semelhança não é uma mera coincidência com outros tantos lugares que vivem à sombra de líderes populares. Como na Venezuela e no Brasil.
Na Venezuela do sucessor de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, há crise no abastecimento até de papel higiênico, a inflação é suspensa por decreto e o apagão que se espalhou pelo país na quarta-feira passada foi apontado, é óbvio, como sabotagem da oposição. Sem contar que Maduro tem a cara dura de dizer que vê o fantasma de Chávez.
No Brasil, um julgamento promovido pela maior instância judiciária do país colocou na cadeia o presidente do PT e principal ministro do governo à época do primeiro mandato de Lula. Claro, só pode ser golpe. Assim como faltam aplausos para a recente revisão do crescimento do PIB do ano passado, de 0,9% para 1%.
Não precisa ser muito esperto para entender que a trajetória da humanidade é e sempre foi conduzida por grandes líderes. Mandela talvez seja um dos raros que vai entrar para o hall dos inquestionáveis, como Gandhi. Outros tantos, mesmo sendo peças-chave da História, acabam se dividindo entre a importância e o folclore.
A questão é que nenhum grande líder é igual a outro, mas o que eles com certeza têm em comum é a presença de um enorme séquito disposto a herdar o seu poder. A cópia é sempre mais imperfeita que o original. Feliz da nação que consegue seguir em frente diante da sombra de seus grandes personagens.
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