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Nos corredores

Multa do Banestado

O procurador-geral do estado, Carlos Marés, acompanhou a última sessão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, na quarta-feira. A esperança era que o relatório do senador ACM Júnior (DEM-BA) sobre a constitucionalidade do projeto que acaba com a multa mensal do Itaú fosse colocado em pauta. O baiano terminou o material. Mas ainda não há previsão de quando o texto será apreciado.

Verso e reverso

O (ainda) deputado federal Barbosa Neto (PDT) organizou um almoço na churrascaria da Câmara na quarta-feira para comemorar a vitória nas eleições de Londrina. Pelo menos 20 colegas de vários partidos compareceram. No mesmo instante, o também deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB), que perdeu a disputa londrinense, almoçava sem companhia de parlamentares na lanchonete que fica a menos de 30 metros do restaurante.

Agora vai?

A bancada paranaense no Congresso Nacional deve escolher até o final do mês quem será o coordenador do grupo até 2010. O atual, deputado Dilceu Sperafico (PP), já deu sinais de que pretende continuar o cargo – embora tenha se comprometido a não tentar a reeleição. O outro candidato é o também deputado Alex Canziani (PTB).

Lula é carismático. É divertido. É bom de papo. Só essas características já seriam meio caminho andado para garantir o entrosamento com os demais chefes de Estado. Mas o diferencial mesmo é a estranheza que ele ainda provoca a cada viagem internacional – todos querem saber como é o tal presidente metalúrgico.

Só que Lula não é necessariamente uma novidade no cenário político mundial. Treze anos antes de o petista chegar ao Palácio do Planalto em 2003, o também operário e sindicalista Lech Walesa vencia a primeira eleição democrática na Polônia pós-comunismo.

A comparação entre eles sempre foi inevitável. E o brasileiro sempre soube disso.

Walesa é um modelo bonito e ao mesmo tempo desagradável para Lula. Vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1983, o polonês era um reles eletricista do porto de Gdansk até que se envolveu no movimento sindical. A fama veio quando passou a confrontar Moscou e a pregar a constituição de sindicatos livres da mão peluda do Partido Comunista.

Walesa fundou e presidiu o Solidariedade, organização sindical alheia ao Estado que conseguiu negociações impensáveis com o governo polonês no começo dos anos 1980. Na mesma época, Lula era perseguido pela ditadura militar como mentor de greves no ABC.

Quando Walesa chegou ao poder, em 1990, Lula havia acabado de perder a fatídica disputa para Fernando Collor. Como era de se esperar, os poloneses queriam mudanças – e rápido. Só que o Solidariedade se burocratizou e não conseguiu se desvencilhar das práticas dos comunistas. Resultado: Walesa não conseguiu se reeleger em 1995 e, quando concorreu de novo, em 2000, atingiu a humilhante marca de 1% dos votos.

Lula quase trilhou a mesma sina. Fez um primeiro governo razoável e adotou desde sempre as mesmas práticas no PSDB – juros altos para fazer superávits na marra. Sem citar o escândalo do mensalão, que só não custou a reeleição pela fragilidade e falta de pegada dos adversários. É nesse ponto que a trajetória dos dois se divide.

Ao conseguir se manter no poder, Lula melhorou. Aproveitou os bons ventos da economia para aprimorar os programas de distribuição de renda e ousou ao lançar o PAC com meta de investimentos de R$ 500 bilhões. Com a casa em ordem, usou as qualidades mencionadas no primeiro parágrafo para se sobrepor fora do país.

Não dá para falar que foi necessariamente uma volta por cima, até porque Lula não chegou para valer no fundo do poço. Já Walesa... Infelizmente continua como a mostra de que os caminhos errados, especialmente os seguidos pelas "zebras" no meio político, muitas vezes não têm volta.

Na semana passada, ele chegou a dizer que deixaria a Polônia e que estava disposto a devolver o Nobel da Paz. Tudo por causa do livro Walesa, Ideia e História, do historiador Pawel Zyzak, que traz momentos supostamente bizarros da carreira do ex-presidente. A obra acusa Walesa de ter sido um agente do serviço secreto polonês e não um ícone do pacifismo – além de mexer em gavetas pessoais com a história de um filho bastardo.

A maioria dos jornais poloneses trata o tema como uma mera tentativa de revisionismo para expurgar Walesa para sempre do cenário político. Exagero ou não, é mais um motivo para Lula guardar a biografia do colega e suas devidas atualizações na cabeceira da cama. Afinal, é bem melhor trabalhar direito para ser chamado de bonitão pelo presidente dos Estados Unidos do que acabar achincalhado dentro do próprio país.

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