Nos corredores
De mudança
A senadora eleita Gleisi Hoffmann (PT) estuda se mudar para Brasília a partir do ano que vem. O petista tem dois filhos pequenos e diz que, em princípio, essa é a melhor solução para mantê-los próximos durante o mandato. Além disso, em caso de vitória de Dilma Rousseff, o marido dela, Paulo Bernardo, deve continuar no primeiro escalão do governo federal.
Confronto agrícola
Uma possível vitória de Dilma também deve nortear o futuro do senador Osmar Dias (PDT). Em Brasília, ele é cotado para assumir o Ministério da Agricultura. O principal problema é que, desde 2007, a pasta está sob gerência do PMDB. E os peemedebistas já demonstraram que fazem questão de que continue assim.
Pai para filho
Beto Richa compareceu ao primeiro evento de lideranças do PSDB pró-Serra no segundo turno, em Brasília, acompanhado do filho Marcello, que recebeu elogios pelo trabalho na campanha. Roberto Requião também levava o filho, Maurício, em quase todos os eventos públicos que participava na capital quando era governador.
Sabe quando os jogadores falam que o futebol é uma caixinha de surpresas, que o jogo só termina quando acaba e que não existe mais time bobo? No fundo, querem justificar que faltou preparo para enfrentar o adversário ou mascarar as próprias deficiências. Mas os chavões que machucam os ouvidos não são restritos aos boleiros os políticos também adoram um lero-lero.
Eis que a eleição presidencial não acabou no dia 3 de outubro. Os petistas, que davam a vitória antecipada como favas contadas, agora dizem que o prolongamento da campanha é bom para debater mais propostas para o Brasil. E os tucanos repetem exaustivamente que o segundo turno é uma nova eleição.
Uma ova. Era óbvio que o melhor negócio para a turma de Lula era fechar a fatura o mais cedo possível. Quanto mais longo o caminho para Dilma Rousseff (PT), mais chance ela tem de tropeçar na própria inexperiência eleitoral.
O papo dos aliados de José Serra (PSDB) também é ruim de engolir. A verdade é que ele recomeça a disputa em uma situação desconfortável, com 14,5 milhões de votos a menos que a rival. E que nunca na história deste país um candidato que acabou o primeiro turno na dianteira deixou escapar a eleição no segundo.
Fica a expectativa sobre como vão se comportar os 19,6 milhões de eleitores de Marina Silva (PV). Uma coisa é certa, nem se ela decidir apoiar um candidato esse espólio irá integralmente para o escolhido. Com base no comparecimento ao pleito de domingo passado, Dilma precisaria de mais cerca de 3,5 milhões de votos para chegar à maioria.
É só fazer as contas: se dois a cada dez "marineiros" votarem na petista, a fatura está encerrada. Então a chave para o triunfo de Dilma é, basicamente, manter os votos que já recebeu. O que também não significa que está tudo resolvido.
Pode ser raro, mas o eleitor muda sim de lado. Para isso, precisa ser submetido a um grande trauma. Ou seja, será preciso aparecer novas Erenices nos próximos dias ou pior, algum fator que provoque um rechaço pessoal muito devastador a Dilma.
Por isso o PSDB se abraça com força na questão do aborto. Apega-se à onda ético-religiosa que começou na internet e que supostamente provocou uma sangria de votos de última hora em Dilma. Agora, como diz o jingle, "o Serra é do bem".
Para rebater, Dilma criou a "corrente do bem", na qual contesta os ataques que vem recebendo na internet. Como se vê, a guerra é para ver quem é mais bonzinho. Na verdade, eles querem se parecer mais com Marina.
Só que ela era boa justamente porque não precisava dizer isso com todas as letras para o eleitor, estava na cara. Era boa porque mostrou que o plebiscito PT x PSDB é uma furada e que o lado mais perverso das eleições é a infantilização do povo principalmente com a história de que o Brasil precisa de um pai ou mãe como presidente. Agora, no entanto, a disputa voltou a cair no maniqueísmo de mocinho e bandido, céu e inferno.
Vai dar certo para algum dos lados? Difícil dizer. O fato é que a campanha ficou ainda mais rasteira. E que Marina até ensinou o caminho das pedras para seus cobiçados 19,6% de eleitores. Mas Dilma e Serra não aprenderam.
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