Seleção no Japão

Presidente do grupo parlamentar Brasil-Japão, o deputado federal Hidekazu Takayama (PSC) recebeu um pedido especial do embaixador japonês no Brasil, Akira Miwa, na semana passada. O paranaense havia oferecido ajuda material na recuperação do desastre, mas ouviu que o ideal mesmo seria levar a seleção brasileira para disputar um amistoso beneficente. "Eles são loucos pelo nosso futebol", explicou Takayama.

CPI da CBF

Estreante na Câmara dos Deputados, Anthony Garotinho (PR-RJ) divulgou na semana passada uma lista com 104 nomes de colegas que assinaram o requerimento de criação de uma CPI para apurar supostas irregularidades na Confederação Brasileira de Futebol. Para instalar a comissão, é necessário o apoio de 171 deputados. Entre os que assinaram, só havia dois paranaenses, ambos do PPS: Sandro Alex e Rubens Bueno.

Troca de coordenador

O deputado federal Alex Canziani (PTB) organiza amanhã um coquetel para os paranaenses que moram em Brasília, às 19h30, no edifício da Confederação Nacional do Comércio. No evento, ele vai transferir o cargo de coordenador da bancada do Paraná no Congresso ao colega Fernando Giacobo (PR), eleito na semana passada, por aclamação. Giacobo fica no posto por um ano.

CARREGANDO :)

Não faz nem cinco meses, Chico Buarque justificou o apoio à então candidata a presidente Dilma Rousseff com um raciocínio rápido e rasteiro. Segundo o cantor, ela representava a continuidade de um governo que não falava fino com os norte-americanos, nem grosso com a Bolívia e o Paraguai.

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E tinha mais. Na mesma época, o garoto-propaganda do horário eleitoral do PT sentenciava: "Eles [tucanos] sabiam muito bem se humilhar em inglês na frente dos poderosos. Era só 'pois não' pra cá, 'sim, senhor' pra lá. Ou melhor, 'yes sir, of course'."

Chico e os marqueteiros políticos miraram um alvo e acertaram outro. A vitória de Dilma foi sim a vitória da continuidade de uma popularíssima e bem sucedida gestão Lula. Mas não foi a vitória do antiamericanismo.

Ao assumir o Palácio do Planalto, Dilma deixou claro que se afastaria de polêmicas internacionais como a aliança com o Irã. Torturada na ditadura militar, firmou posição em defesa dos direitos humanos. Ao mesmo tempo, aproximou-se pragmaticamente dos Estados Unidos.

A estratégia nada tem a ver com submissão. No cenário atual, os norte-americanos precisam mais dos brasileiros que vice-versa. E mais do que o estadista Barack Obama, quem visitou Brasília e Rio de Janeiro no fim de semana foi um líder em busca de negócios para melhorar a situação econômica do seu país.

Como sabe todo bom comerciante, o negócio só é bom quando os dois lados saem satisfeitos. Desde 2009, os Estados Unidos perderam o posto de maior parceiro comercial do Brasil para a China. De lá para cá, arrocharam a política cambial para valorizar o dólar e, por tabela, massacraram a competitividade das empresas brasileiras.

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É aí que o pragmatismo faz diferença. O Brasil sabe que não tem força para barrar sozinho o vaivém da moeda norte-americana – e do yuan chinês, também desvalorizado artificialmente há anos. O jeito é dialogar, não em questões etéreas, mas nas práticas.

Algumas delas ficaram nítidas nos últimos dois dias. Obama deixou claro que os norte-americanos estão de olho no pré-sal. "Como a instabilidade afeta o preço do petróleo em muitas partes do mundo, os Estados estarão felizes de ter o Brasil como fornecedor", disse, em discurso a empresários, no sábado. Também há interesse em participar da extração, possivelmente com troca de tecnologia. A simples menção a esse fato foi suficiente para fazer os antiamericanistas de plantão pular da cadeira.

Na prática, contudo, a declaração de Obama só serviu para valorizar os investimentos brasileiros em alto mar. Ninguém vai roubar ninguém; negócios são negócios.

Nisso o governo Dilma mostra maturidade. É inteligente manter a rota de crescimento do Brasil sem fechar portas por motivos ideológicos. E para aqueles que achavam que o país poderia simplesmente continuar a ignorar os Estados Unidos, a resposta da presidente, a la Obama, foi clara: No, we can't.