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Qual brasileiro não gostaria de ser amigo do Pelé? O senador Alvaro Dias (PSDB) conseguiu a proeza no campo, ou melhor, convivendo com o jogador no plenário da CPI do Futebol, entre 2001 e 2002. A aproximação ocorreu graças a um desafeto comum, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.

Os amigos e o rival têm tudo para se reencontrar no tapete verde da Câmara dos Deputados a partir do ano que vem. O representante do Paraná deseja e tem apoio suficiente para ser o relator da CPMI do Corinthians, cujo pedido de instalação foi protocolado na semana passada. Corintiano doente, Alvaro promete não focar a investigação no time do coração e expandi-la às transferências internacionais de jogadores feitas pelos 40 clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Em setembro, o senador havia dito que era favorável à CPMI, mas que desta vez não estava disposto a ter um cargo de comando. Mudou de idéia quando percebeu a pressão exercida por Teixeira contra a comissão. Quer bater de frente com o cartola, que passou os últimos meses fazendo lobby em Brasília para trazer a Copa de 2014 para o Brasil.

Pelé ficou de fora da cerimônia que definiu o país como sede do Mundial, realizada na semana passada na Suíça. Alvaro não gostou e reprovou as explicações de Teixeira para a ausência do Rei. Deu o apito inicial para um novo confronto com o dono da CBF.

O primeiro clássico, encerrado há cinco anos, terminou empatado. Alvaro começou bem graças a falhas do adversário, como a fatídica gravação feita pela Rádio Gaúcha em que Teixeira foi flagrado em um jantar dizendo a colegas sobre os perigos da CPI. Nada, porém, foi suficiente para abalar o fato de meses depois o Brasil ter sido pentacampeão do mundo.

Outro paranaense, o deputado Dr. Rosinha (PT), quer ser presidente e parceiro de Alvaro no front contra Teixeira. Apesar de jogar em casa, ambos estão em desvantagem – a CBF tem nas mãos o trunfo de pesar contra ou a favor na escolha das sedes para o Mundial.

Curitiba, com a Arena da Baixada, é uma das 18 cidades candidatas para 12 que deverão ser escolhidas. Rosinha já declarou que CPMI não tem nada a ver com Copa do Mundo. Mas, ainda assim, é bom ficar de olho desde agora para ver se confronto no Congresso não pode causar prejuízos ao Paraná. Até porque a Arena não é o Pelé dos estádios. E se até "Ele" ficou de fora da cerimônia da semana passada, nada impede que os curitibanos sejam obrigados a assistir ao Mundial de 2014 pela televisão.

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Nos corredores

Desculpa para expulsão – O senador Flávio Arns (PT) vai votar contra a prorrogação da CPMF se o governo não negociar ainda mais alterações na cobrança. Arns não aceita apenas o que foi proposto ao PSDB, redução de 0,01% na alíquota, e isenção para pessoas com salário inferior a R$ 1.650. Ele quer que o recurso, de R$ 40 bilhões por ano, seja usado prioritariamente na saúde. O senador não se incomoda nem um pouco com a possibilidade de ser expulso do partido pela posição. Seria, inclusive, a desculpa ideal para deixar o PT, já que não há nada no estatuto da legenda que obrigue os filiados a votar a favor de impostos.

É fogo – Após três horas de debate na Comissão de Defesa do Consumidor, o deputado federal Barbosa Neto (PDT) conseguiu aprovar seu relatório favorável ao projeto de lei do Senado que proíbe a venda de álcool líquido em mercados. O Brasil é um dos dois únicos países do mundo que permite a comercialização do álcool líquido. Se o projeto for adiante, só vai sobrar o Paraguai.

Homem-palestra – Nos últimos 40 dias, o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB) deu dez palestras em universidades espalhadas pelo país. Advogado, com mestrado e doutorado pela UFPR, ele fala sobre vários temas – das funções de uma CPI, passando pelo foro privilegiado, chegando aos dramas do processo legislativo. Repassar conhecimento é também uma forma de ganhar reconhecimento. Fruet chegou a ser cotado internamente para assumir a presidência nacional do partido. Segundo ele, deve ocupar apenas o cargo de secretário.

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"O Requião já assinou acordo com o Itaú, já entrou em leilão para pedagiar rodovia. Agora só falta se juntar a umas velhinhas e abrir um bingo."

Eduardo Sciarra (DEM), deputado federal, durante reunião da bancada na última quarta-feira.

agoncalves@gazetadopovo.com.br

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