Nos corredores

Cadê o secretário?

O cargo de secretário da representação do Paraná em Brasília está vago há mais de um mês. André Zacharow deixou o posto para assumir a cadeira de deputado federal que ficou vaga com a morte de Max Rosenmann, em outubro. Segundo o próprio Zacharow, o governador Roberto Requião pediu para que ele continuasse cuidando da pasta "a distância". Em Brasília, porém, o nome mais citado como possível novo secretário é o do irmão do governador, Eduardo Requião.

Se vira nos 30

Lula testou o gingado da atriz Rosi Campos como mestre-de-cerimônias na semana passada. Ela apresentou a premiação da primeira Olimpíada de Língua Portuguesa, em Brasília, e anunciou o presidente duas vezes no evento, sem ele ter chegado. Rosi, que interpreta a jornalista Tuca na novela A Favorita e a impagável Morgana do Castelo Rá-Tim-Bum, teve de distrair os 150 estudantes presentes de todas as formas durante 15 minutos. Até ameaçou dançar, quando o presidente chegou e, apesar da gafe, foi muito aplaudido pelos jovens.

Choro livre

Ex-deputado federal, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, abriu uma exceção na semana passada a dez colegas congressistas do Paraná – aceitou recebê-los para conversar sobre emendas. "O choro é livre", disse o ministro, sobre os pleitos dos colegas. Se conseguir cumprir o que prometeu, o governo federal deve liberar pelo menos mais R$ 94 milhões em emendas de bancada para obras em educação e saúde programadas para 2008.

CARREGANDO :)

Roberto Requião sempre gostou de Osmar Dias. E Osmar sempre gostou de Requião. Até que vieram as eleições de 2006 – e o resto todo mundo já sabe: a empatia foi para o brejo.

Amanhã, porém, é dia de os velhos companheiros voltarem a jogar junto. Às 10 horas, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado vota o projeto de resolução feito por Osmar para acabar com um dos maiores pesadelos do governador: a multa do Banestado.

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A penalidade remonta a 2000, ano em que a gestão Jaime Lerner vendeu o banco para o Itaú. Para viabilizar a negociação, o Paraná teve de sanear a instituição com um empréstimo de R$ 3,75 bilhões perante a União. Além disso, comprometeu-se a comprar R$ 1,75 bilhão em títulos públicos que pertenciam ao Banestado, como uma forma de capitalizar o banco, vendido por R$ 1,6 bilhão. O pagamento deveria ocorrer a partir de 2003, quando Requião assumiu o posto de Lerner.

Requião, porém, nunca engoliu o acordo e não honrou os contratos. Resultado: desde 2004, a União resolveu punir a rebeldia e mudou o sistema de correção da dívida contraída para o saneamento do banco.

Em valores atuais, ela saltou de R$ 8 bilhões para R$ 9 bilhões e causou a retenção total de R$ 175 milhões que deveriam ter sido repassados aos cofres estaduais em cotas mensais ao longo dos últimos quatro anos.

Por ironia do destino, a resolução de Osmar transformou-se no único caminho para resolver a confusão, criada por Lerner e turbinada por Requião. E, após dois anos sem trocar uma palavra, governador e senador voltaram a conversar na semana passada para trabalhar em conjunto e pressionar a CAE a votar logo a proposta.

A dobradinha surtiu efeito. No subconsciente de ambos, deve ter sido como entrar em um túnel do tempo.

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Em 1997, Lerner ainda estava no PDT (hoje partido de Osmar) quando travou uma batalha em Brasília contra os então senadores Requião e Osmar para aprovar empréstimos internacionais de R$ 456 milhões para o Paraná, destinados a investimentos nas áreas de saneamento e agricultura.

A matéria precisava da aprovação da CAE e caiu no colo de Osmar, que produziu um relatório contra o empréstimo, baseado em pareceres de que o estado não tinha capacidade de endividamento. Paralelamente, Requião sobrestou o pedido de Lerner.

Moral da história: a proposta foi aprovada, mas demorou 536 dias para ser votada. E Lerner precisou mexer tantos pauzinhos que acabou sendo obrigado a trocar o PDT pelo PFL.

Não que a dupla dinâmica de senadores tenha saído necessariamente vencedora, mas foi uma briga e tanto – embora ideológica de menos e política demais.

A estratégia sangrou Lerner e abriu as portas para a vitória de Requião, em 2002. Neste ano, os dois eram tão ligados que Osmar nem sentiu a derrota do irmão, Alvaro.

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Ficou tudo na paz até que, bem, houve 2006. Só que nessa curiosa relação de tapas e beijos é aconselhável fazer as contas. Osmar e Requião viveram muitíssimos mais anos como amigos do que como inimigos declarados.

Quem sabe a matemática não volte a ter a sua devida lógica a partir de amanhã?