Nos corredores

Pedido do DEM

Principal nome do DEM no Paraná e de saída da Câmara dos Deputados, Abelardo Lupion diz que o partido fez apenas uma nova demanda para o governador Beto Richa (PSDB) na formação do secretariado: abrir uma vaga para que o suplente de deputado federal Osmar Bertoldi assuma. A solução deve sair com a nomeação de Fernando Francischini (SD) para a Segurança Pública.

PSD também quer

O PSD também estaria de olho em uma solução parecida para ajudar Reinhold Stephanes, segundo suplente da coligação PSDB/DEM/PR/PSC/PTdoB/PP/SD/PSD/PPS. O mais cotado na bancada federal para assumir uma vaga no secretariado é Valdir Rossoni (PSDB), cotado para a Casa Civil.

Bola dividida

O problema com a escolha de Rossoni é que ela automaticamente atrapalharia os planos do presidente estadual do PSD, Eduardo Sciarra. Coordenador-geral da campanha de reeleição de Richa, ele é o favorito para assumir a Casa Civil.

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Não é uma questão de ser contra ou a favor, mas de depurar um tema que passou a habitar cada corredor de Brasília: a possibilidade de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Conforme revelou reportagem publicada ontem pela Gazeta do Povo, dez denúncias de crime de responsabilidade contra a petista chegaram à Câmara dos Deputados até o mês passado. Três delas já mencionavam os escândalos na Petrobras, que se aprofundam a cada nova etapa da operação Lava Jato.

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É necessário frisar que todos os pedidos foram arquivados sumariamente. Trata-se de um enredo comum, outros 17 pedidos de impeachment contra Fernando Henrique Cardoso e mais 34 contra Lula também morreram na casca. Nenhum dos dois, contudo, esteve em situação política tão conturbada quanto Dilma.

FHC chegou ao Palácio do Planalto com duas vitórias no primeiro turno. Lula só venceu no segundo, mas com margens folgadas, superiores a 20 pontos porcentuais. Enquanto isso, Dilma acaba de sair da disputa presidencial mais acirrada da história, vencida por uma diferença de 3,28 pontos percentuais.

FHC passou por maus bocados no final do mandato e fez de tudo para se livrar da CPI da Corrupção – vale lembrar que os irmãos Alvaro e Osmar Dias foram expulsos do PSDB por apoiar as investigações. Lula sobreviveu ao mensalão graças ao sucesso de uma economia que vivia o apogeu das exportações de commodities. E também por uma certa indolência dos tucanos em insistir no impeachment do petista.

O próprio Alvaro Dias costuma referir-se a esse episódio como um "erro histórico" do PSDB. Em 2005, ele ficou isolado na tentativa de denunciar Lula por crime de responsabilidade.

Havia um consenso, costurado por FHC, de que Lula "sangraria" e governaria como um zumbi até as eleições de 2006, o que não se concretizou.

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Ao contrário do antecessor, Dilma não tem a economia como aliada. O fraco desempenho da indústria dá sinais de que o pleno emprego, último bastião da estabilidade petista, pode fraquejar nos próximos meses. Para piorar, o governo vive um claro descontrole fiscal (é só ver o esforço para aprovar o projeto que "flexibiliza" o superávit) e o cenário externo ainda é de recuperação da crise internacional.

Congresso

Se não tiver sucesso na reversão desse quadro e cair em desgraça popular, Dilma ficará ainda mais exposta ao seu principal ponto fraco: as relações com o Congresso. Quem dá o pontapé no processo de impeachment é o presidente da Câmara dos Deputados. E sabe-se que o favorito para assumir o cargo a partir de fevereiro, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não vai aliviar para a petista.

No duro, tanto FHC quanto Lula tiveram episódios que poderiam sim ser considerados crimes de responsabilidade – o escândalo da compra da emenda da reeleição e o mensalão, respectivamente. Ambos não avançaram para um processo de impeachment mais por conjuntura política do que jurídica. Se continuar sendo colocada nas cordas por aliados como o PMDB, Dilma pode não ter forças para um segundo round.

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