Pouco espaço para muito candidato
O anúncio da fusão entre PSB e PPS, na semana passada, é o prenúncio de uma saia-justa entre os principais nomes dos dois partidos no Paraná. Os deputados federais Luciano Ducci (PSB) e Rubens Bueno (PPS) são pré-candidatos à prefeitura de Curitiba, em 2016. Ambos, curiosamente, foram colegas de chapa em 2012.
Ducci: “eu sou a oposição”
Ducci se antecipou a um possível confronto interno e disse que, pelas pesquisas mais recentes e pelo histórico de já ter sido prefeito, é a alternativa mais viável. “Sem dúvida, o nome que melhor simboliza a oposição à atual gestão é o meu”, declarou. Em 2012, a dobradinha Ducci-Rubens não chegou ao segundo turno.
Sigilo no BNDES
A medida provisória 661/14, aprovada semana passada pelo Senado, contém um dispositivo incômodo para o governo federal. Emenda do deputado federal Alfredo Kaefer proibiu o BNDES de se recusar a fornecer informações sobre operações de empréstimo com sigilo contratual, incluindo operações para obras internacionais.
Uma qualidade de Beto Richa (PSDB) ninguém pode negar: ele é uma máquina de vencer eleições. Usou inclusive a única derrota em disputas majoritárias (para governador, em 2002) como estratégia de preparação para chegar à prefeitura de Curitiba, dois anos depois. De lá para cá, ganhou tudo o que quis, com louvor.
Alguma coisa o sujeito precisa ter de realmente diferente, por exemplo, para se eleger duas vezes no primeiro turno para o Palácio Iguaçu. E tem mesmo. Richa é uma das figuras mais bem talhadas do país para ser protagonista de campanhas – boa-pinta, se expressa bem, não amarela em debates.
A mistura dessas características compõe o sonho de qualquer marqueteiro para forjar um candidato competitivo: a blindagem contra a rejeição. Tudo em Richa sempre foi montado milimetricamente para você não detestá-lo, muito mais do que para necessariamente amá-lo. É o contrário do que acontece com políticos como Lula (PT) ou Roberto Requião (PMDB), cuja característica mais marcante é o ame-o ou deixe-o.
Esse perfil morno carrega como bônus a facilidade de se moldar em diferentes situações e, principalmente, contar com a compaixão do eleitorado. Daí vêm as estratégias de sucesso como a do “melhor está por vir”. Afinal, o “melhor” só não veio no primeiro mandato porque os petistas não deixaram (nessa narrativa eleitoral, o fato de o estado ter tido um dos maiores crescimentos de receita do país no período é só um detalhe).
Richa venceu Osmar Dias (PDT), em 2010, e a dupla Requião e Gleisi Hoffmann (PT), ano passado, porque conseguiu ser muito menos rejeitado que os três. Osmar não conseguiu explicar a aliança com Requião, com quem protagonizou a disputa mais acirrada da história quatro anos antes. Requião caiu pelo desgaste da própria imagem e Gleisi foi soterrada pelo antipetismo.
Completados os primeiros quatro meses do segundo mandato, Richa enfrenta o maior dilema de sua trajetória. A corrosão do pacotaço de fevereiro e a barbárie da votação da reforma da Paranáprevidência, semana passada, o jogou num oceano de desaprovação. Além disso, todas as declarações recentes dele após esse fenômeno expõem alguém completamente alienado em relação à gravidade dos fatos.
Talvez o principal problema de Richa tenha sido transportar o personagem do candidato perfeito para o exercício do cargo de governador. Comandar a quinta economia do Brasil não é o mesmo que estrelar 60 dias de horário eleitoral. Há dias em que as pessoas vão te amar, em outros não vão querer te olhar na cara.
Richa gastou todo o primeiro mandato tentando ser o governador que não arruma confusão. Com isso, deixou as contas do estado se esfacelarem de um jeito que precisou lançar mão até do sagrado cofrinho da previdência para tapar os buracos do dia-a-dia. No futuro, alguns poucos vão se lembrar de como ele se saía bem na propaganda. Mas quase todos os paranaenses se recordarão do principal responsável pelo que aconteceu dia 29 de abril de 2015 no Centro Cívico.
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