Nos corredores
Lista fechada
O projeto do deputado federal Dr. Rosinha (PT) que normatiza o prrocesso da escolha dos candidatos brasileiros ao Parlamento do Mercosul deve ser prioridade na volta dos trabalhos do Congresso Nacional, em agosto. A ideia é que a disputa pelas 37 cadeiras destinadas aos brasileiros seja por lista fechada. Além disso, os representantes teriam os mesmos benefícios dos deputados federais. O texto precisa ser aprovado até setembro para ter eficácia em 2010.
Linhas Verdes
O governo do Distrito Federal deve começar em setembro a principal obra da administração de José Roberto Arruda (DEM) a Linha Verde. Em Brasília, ninguém fala que o nome foi inspirado na Linha Verde curitibana, cuja primeira etapa foi concluída em 2008. Na verdade, esse será o terceiro projeto homônimo no país. O primeiro é de Belo Horizonte (MG).
Trânsito
O prefeito Beto Richa (PSDB) deve anunciar um pacote de medidas para melhorar o trânsito de Curitiba nas próximas duas semanas. Entre elas, a construção de novos binários (que ficariam prontos em 2010) e a proibição de estacionar veículos em várias ruas do Centro. De acordo com pesquisas internas da prefeitura, o trânsito é a principal crítica do curitibano sobre a administração municipal.
Na semana em que Lula chamou os senadores de pizzaiolos e um Duque assumiu a presidência do Conselho de Ética do Senado, um verdadeiro trapalhão anunciou que pretende ser deputado federal pelo Paraná. Antigo companheiro de Didi, Mussum e Zacarias, Dedé Santana acerta os ponteiros para concorrer em 2010 pelo PDT.
O humorista escolheu o lugar certo para começar a campanha. Na quarta-feira, foi levado a tiracolo pelo senador Osmar Dias (presidente estadual do PDT) para participar de uma reunião da bancada federal paranaense com prefeitos do estado.
Causou furor ao caminhar pelos corredores da Câmara dos Deputados. A cada cinco passos, parou para tirar fotos com fãs. No encontro com a bancada, recebeu tratamento de celebridade.
À primeira vista, o desejo de Dedé de trilhar uma nova carreira pode soar estranho. Na verdade mesmo, é algo engraçado. E legítimo.
Para suportar as últimas notícias vindas de Brasília, só com extremo bom humor. Afinal de contas, a galhofa já corre solta entre os políticos ou o termo pizzaiolo não foi dito por Lula para fazer rir?
Nada mais hilário, porém, do que o novo presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ). Em apenas uma entrevista, ele conseguiu transformar em piada qualquer esforço para julgar com isenção as denúncias contra José Sarney.
Disse que os atos secretos são "bobagens", assim como as nomeações de parentes (e até de namorados de parentes). Também recauchutou a anedota do deputado Sérgio Moraes (aquele que se lixa) para desmerecer a opinião pública.
Tudo isso com um belo sorriso na cara, coisa que só os engraçadíssimos cariocas espertos sabem fazer.
Mas a comédia não parou por aí. Houve a absolvição em definitivo do deputado Edmar Moreira, que construiu o castelo de R$ 25 milhões em Minas Gerais.
Com tantos nomes talentosos no Congresso Nacional, Dedé terá dificuldades para fazer os colegas rirem (caso seja eleito). Em Brasília, o humor segue uma outra vertente, quase sempre negra.
Além disso, viabilizar a candidatura não garantirá uma vitória fácil ao humorista. Vale lembrar que nomes da mesma linha, como Sérgio Mallandro e Gretchen tropeçaram feio nas eleições do ano passado.
O próprio Dedé já conheceu duas derrotas. Em 1996, foi candidato a vereador do Rio de Janeiro pelo PST e fez 13 mil votos. Dois anos depois, candidatou-se a deputado estadual pelo PFL e fez 7,5 mil votos.
Com ou sem o trapalhão, o fato é que o futuro do Congresso é sombrio. E que após intermináveis escândalos seguidos de pizzas, a graça está acabando. Só falta mesmo saber quando o eleitor desistirá de fazer o papel de palhaço.
O colunista André Gonçalves entra hoje em férias. Ele volta a escrever neste espaço em 24 de agosto.
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