Operador do esquema da Lava Jato preso na 18.ª fase da operação, Alexandre Romano está negociando acordo de colaboração premiada diretamente com a Procuradoria-Geral da República, pois o caso envolve políticos com prerrogativa de foro. Um investigador da Lava Jato de Curitiba diz que o acordo pode complicar a vida da senadora Gleisi Hoffmann (PT, foto): “A 18.ª fase é bem consistente com relação a ela, tanto que o acordo [de colaboração] do Alexandre Romano não foi nem aqui, ficou lá [em Brasília]”. O material apreendido na 18.ª fase – cerca de 30 mídias e seis volumes de documentos – foi enviado ao STF por ter várias referências a Gleisi, que nega irregularidades. “Nós não analisamos uma página porque foi muito rápida a suspensão do caso ao Supremo”, diz o investigador. “O nome dela aparece em documentos, é citado por pessoas e várias pessoas repetem o nome dela.”
‘Tem lugar pro Cunha’
Apesar das novas prisões de investigados da Operação Lava Jato nesta semana, ainda há lugar sobrando na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. E alguns integrantes da força-tarefa dizem aguardar ansiosamente pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha é alvo de um processo de cassação na Casa e nega as suspeitas. Se perder o mandato, passa a ser investigado na 1.ª instância da Justiça, no Paraná. “Corre o risco de conhecer o Newton”, disse um integrante da operação, fazendo alusão ao agente da PF Newton Ishii, o “Japonês da Federal”.
Frustração
Investigadores da Lava Jato dizem acreditar que há indícios suficientes para cassar o presidente da Câmara. “Quem trabalha no caso sabe que há muita responsabilidade dele. Sabe que outros parlamentares perderam seus cargos por muito menos. Então é um negócio que incomoda você ver uma pessoa com tantos indícios de participação em crimes ainda comandar uma das Casas do Congresso”, diz um dos integrantes da operação.
Troca na força-tarefa
A força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) deve sofrer mudança em sua composição nos próximos meses. Pelo menos dois procuradores do caso devem deixar a Procuradoria-Geral de Curitiba: Antônio Carlos Welter e Januário Paludo. Os motivos são pessoais e não há data confirmada para a saída deles. Já o procurador Carlos Lima vem se queixando de cansaço e pode deixar a força tarefa também. Os três são os procuradores mais experientes da força-tarefa e já atuaram em diversas investigações parecidas, inclusive no famoso Caso Banestado, há mais de dez anos, cujo pivô também foi o doleiro Alberto Youssef,
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