O projeto “10 Medidas Contra a Corrupção” está caminhando no Congresso Nacional, mesmo em meio ao tumulto proporcionado pelo processo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) nos últimos dias. Agora, a promessa é de criação de uma comissão especial para apreciar todos os pontos da proposta, já que ela atinge diversas áreas.
Causou estranhamento, porém, que as mais de duas milhões de assinaturas coletadas pelo Ministério Público Federal (MPF) para encaminhar a matéria viraram apenas quatro: dos deputados Antonio Carlos Mendes Thame (PV-SP); Diego Garcia (PHS-PR); Fernando Francischini (SD-PR); e João Campos (PRB-GO). Isso ocorre porque não há regulamentação sobre as iniciativas populares – assinadas por pelo menos um por cento do eleitorado nacional – que entram no Congresso. Ou seja, elas acabam sendo encampadas por parlamentares para tramitar – neste caso, foram incorporadas em projetos já abertos por deputados do grupo “anticorrupção” da Câmara.
Não há o que temer
A troca no primeiro escalão do governo federal tem sido acompanhada de perto pela força-tarefa da Lava Jato. O principal ponto é a troca no Ministério da Justiça, órgão ao qual a Polícia Federal (PF) é subordinada, pasta que ficou com o ex-secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes. Por enquanto, a reação é de otimismo. “Tenho certeza de que haverá responsabilidade na escolha de um diretor-geral [da PF] que mantenha a equipe e apoie a Lava Jato. Não tenho até agora nenhuma razão para duvidar disso ou ter qualquer temor”, disse um integrante da força-tarefa.
Apoio
Em seu primeiro pronunciamento como presidente em exercício, Michel Temer (PMDB) afirmou que não vai tentar interferir na operação. “A Lava Jato virou referência e precisa ser protegida de qualquer tentativa de enfraquecimento”, disse o peemedebista. Dos 24 ministros de Temer, sete foram citados na Lava Jato. O próprio presidente em exercício teve o nome citado por dois delatores.
Auditor da Receita
O auditor da Receita Federal em Curitiba Roberto Leonel de Oliveira Lima vai participar nesta quarta-feira (18) 2º Fórum Paranaense de Contabilidade, na capital paranaense. Ele faz parte da força-tarefa da operação Lava Jato e promete revelar detalhes das investigações. “Nosso objetivo é sensibilizar o profissional de contabilidade sobre como ele pode contribuir com a prevenção à lavagem de dinheiro”, explicou.
Entrevista coletiva
O ex-senador Delcídio do Amaral, delator da Lava Jato, participa nesta segunda-feira (16) do Programa Roda Viva, na TV Cultura. É a primeira vez que Amaral fala à imprensa desde que teve o mandato cassado pelos senadores. Ele foi acusado de obstrução da Justiça e de elaborar um plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Meses depois da prisão, Amaral firmou acordo de delação premiada com os investigadores da Lava Jato, citando o ex-presidente Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff.
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