Uma das principais celebridades da Lava Jato está sendo sondada para disputar uma vaga na Câmara de Curitiba: Newton Ishii, o “japonês da Federal”. Segundo o vereador Zé Maria, o candidato a prefeito de seu partido, o Solidariedade, Fernando Francischini, consultou o seu grupo sobre a possibilidade de fazer o convite. E a ideia foi bem-vinda. Além do Solidariedade, o PSC também estaria de olho no “japonês”. Ao menos por enquanto, porém, Ishii parece não estar disposto a se aventurar na política. Segundo amigos do policial, ele ainda não foi procurado por nenhum partido e, apesar da fama, nunca teve pretensões políticas nem chegou a ser filiado a alguma sigla. A ideia de Ishii, segundo seus colegas, é retomar o trabalho na PF depois de suas férias, se aposentar ainda neste ano e, depois disso, descansar.
Delação comprometida 1
Não só a mentira admitida pelo lobista Fernando Hourneaux de Moura pode comprometer seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), como também outras informações incluídas em seu último depoimento à Justiça Federal, no dia 3. Apontado como lobista ligado ao ex-ministro José Dirceu, Moura foi novamente ouvido pelo juiz Sergio Moro depois que admitiu ter mentido em sua primeira oitiva, contrariando informações prestadas na condição de delator. Porém, além de voltar atrás no segundo depoimento, ele incluiu novos elementos, como o de que o senador Aécio Neves (PSDB) recebia propina de Furnas.
Delação comprometida 2
O procurador do MPF Roberson Pozzobon, um dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, admite não se lembrar se o tucano havia sido citado por Moura nos depoimentos do acordo de colaboração. “Eu não poderia lhe informar com certeza, mas creio que esse tema tenha sido novo. Essa é uma informação que vai ter que ser apurada”, diz. Pozzobon explica que, quando um depoimento da delação premiada envolve alguém com foro privilegiado, como Aécio, o procedimento para a celebração do acordo é diferenciado, ou seja, a homologação teria que passar por análise de instâncias superiores da Justiça, o que não ocorreu nesse caso.
Delação comprometida 3
O procedimento investigatório aberto pelo MPF sobre a conduta de Fernando Moura como colaborador da Lava Jato ainda está em andamento. Conforme Pozzobon, o que mais pesa contra o lobista é a mentira no depoimento. Ele não exclui a possibilidade de quebra do acordo. “Na medida em que um acordo deixa de ser cumprido sem uma causa legítima, a solução é o rompimento do acordo, e é isso que está sendo apurado”, diz.
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