Marlus Oliveira, advogado do ex-presidente da Camargo Correa Dalton Avancini, quer um acordo mais brando para o seu cliente.| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

A Operação O Recebedor, deflagrada pela Polícia Federal de Goiás na sexta-feira (26), pode aumentar o poder de barganha do ex-presidente da Camargo Correa Dalton Avancini para pleitear um acordo mais brando no cumprimento da sua pena no caso da Lava Jato. Avancini foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 15 anos de prisão. Pelo acordo de colaboração premiada que firmou com o Ministério Público Federal, Avancini enfrentaria entre dois e seis anos de regime semiaberto, com tornozeleira eletrônica e prestação de serviços comunitários. Seu advogado, Marlus Oliveira, vai tentar minimizar as restrições a seu cli ente.

CARREGANDO :)

Reunião

CARREGANDO :)

Se a informação da PF de Goiás se confirmar, de que os depoimentos de Avancini levaram à deflagração da operação referente a irregularidades na estatal Valec, administradora da construção da Ferrovia Norte-Sul, Avancini terá mais chances de conseguir um acordo melhor no caso da Lava Jato. Uma reunião entre a defesa do executivo e o MPF deve ocorrer nesta semana para discutir a pena. A defesa trabalha em um levantamento da efetividade da colaboração para mensurar o que pode pedir como benefício.

Carona

Quem pode pegar carona na barganha é o vice-presidente da Camargo Correa, Eduardo Leite, que também pode conquistar pena mais branda que a firmada em seu acordo de colaboração premiada, nos mesmos moldes da de Avancini. Pelo menos essa é a expectativa de sua defesa.

Publicidade

Novos fatos

A colaboração de Avancini ainda pode trazer mais surpresas para as investigações, principalmente no setor elétrico. Ainda há fatos a serem investigados em obras das usinas de Angra e Belo Monte.

Improbidade

Os políticos com prerrogativa de foro não devem escapar da força-tarefa paranaense da Lava Jato. O MPF em Curitiba estuda a apresentação de denúncias de improbidade administrativa dos parlamentares envolvidos no esquema. “Estamos pedindo documentos no Supremo para a gente poder ajuizar ações aqui contra esses mesmos políticos que estão sendo investigados”, disse o procurador Paulo Galvão. As ações podem sair ainda neste ano. Não há foro especial no caso de ações de improbidade.

Outro triplex

Comentário que circula nos corredores da Polícia Federal do Paraná: há um triplex esperando o Lula em Curitiba; o prédio da Superintendência da PF tem três andares.

Colaborou: Fernando Martins