O ex-deputado Pedro Corrêa (PP), condenado no mensalão e preso pela Lava Jato, deve voltar para o Complexo Médico Penal de Pinhais. Ele está preso na carceragem da Polícia Federal de Curitiba porque estava negociando um acordo de colaboração premiada. Nos bastidores, a expectativa era de que Corrêa revelasse nomes de políticos do alto escalão que estariam envolvidos no esquema da Lava Jato, inclusive o de Lula. Mas as tratativas para fechar a delação esfriaram. Quem também deve deixar a carceragem da PF é a doleira Nelma Kodama e seu braço direito, Iara Galdino. Segundo fontes das investigações, a colaboração premiada das duas também não vingou. Elas teriam entregado muitos participantes do esquema, mas nenhuma prova.
Robin Hood da Lava Jato
Pedro Corrêa admite que recebeu propina da corrupção na Petrobras e acredita que será condenado. Mas já alertou que, caso receba multas milionárias como punição, não poderá pagar a conta. Ele teria dito que doou tudo o que recebeu para os pobres. E que, se disputasse as eleições, conseguiria se eleger senador por Pernambuco, sua terra natal, por causa de suas “boas ações”.
Tiro pela culatra
O manifesto de alguns advogados contra a Lava Jato repercutiu na força-tarefa da operação. Positivamente. “É um reflexo de que o trabalho está muito bom. O conteúdo de provas é muito bom. Para nós, o manifesto foi encarado como um sinal de desespero das defesas”, diz um integrante da investigação.
Desculpa
Um advogado paranaense ligado à Lava Jato diz que o manifesto pode ser visto como uma espécie de desculpa: “Os advogados não têm o que falar para seus clientes. Estão cobrando honorários na casa dos milhões e o cliente está preso”.
Outro ritmo
A queixa dos defensores contra a Lava Jato, diz o paranaense, reflete ainda um ritmo ao qual eles não estão acostumados. “Os advogados do Rio e São Paulo estão acostumados com os juízes do Rio e São Paulo”, afirma. Segundo ele, a Justiça Federal está mais eficiente e a advocacia precisa se reinventar.
Rixa e questão de mercado
Há quem ache ainda que o manifesto é produto de uma guerra entre defensores de São Paulo e Rio contra os profissionais do Paraná. Poucos advogados paranaenses assinaram a nota. Outro defensor que atua na Lava Jato afirma que o fato de o maior caso do direito penal do país estar se passando fora do eixo Rio-São Paulo incomoda os advogados de destaque nacional. “Tem toda uma questão de mercado para se analisar”, diz ele.
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