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Nenhum Estado pode prescindir de um setor de inteligência, reza o bom senso. O presidente Luiz Inácio da Silva, no entanto, não parece compartilhar dessa constatação, já que deixou o Gabinete de Segurança Institu­­­cional se esvaziar ao ponto de ser hoje uma estrutura inerte. Não obstante, ampla.

Ligado diretamente à Pre­­sidência da República, o GSI tem entre suas atribuições a assistência ao presidente, a prevenção e articulação de crises, cuida da segurança pessoal do presidente, do vice-presidente, das famílias e respectivas moradias. Além disso, deve coordenar atividades federais de segurança e informação.

No quesito assessoramento presidencial, a medida da serventia do gabinete atualmente é dada pelo grau de relacionamento entre Lula e o general Jorge Félix: nenhum. Segundo relatos de um interlocutor frequente do presidente, ele sequer conversa com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

Não porque tenha qualquer restrição a ele, mas porque não confere importância à função do general. Desde a crise dos grampos telefônicos clandestinos que resultou na transferência do então chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin, que está sob o comando do GSI), Paulo Lacerda, para Portugal, Lula desdenha dos alertas sobre a necessidade de remontagem do setor

Corre como piada no ambiente do poder, a lembrança de que o gabinete não conseguiu prever a vaia a Lula durante a abertura dos Jogos Pan-Americanos no Rio, em 2007, que antes circulava na internet.

Deveria ser da Abin também a função de esmiuçar vidas pregressas e acompanhar as atividades de ocupantes do governo para prevenir escândalos.

Mas, se Lula não quer contar com uma estrutura organizada e atuante de inteligência, Dilma Rousseff tem sido aconselhada a incluir o setor de segurança institucional entre suas prioridades de governo.

@realporquinhos

Os "três porquinhos" de Dilma Rousseff, Antonio Palocci, José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardoso, receberam o apelido pela óbvia associação aos inseparáveis alvos da cobiça do lobo mau da história infantil.

Já Edison Lobão, Marcondes Gadelha e Hugo Napoleão, em 1989 ficaram conhecidos pelo mesmo nome por causa das articulações heterodoxas para lançamento da candidatura presidencial de Silvio Santos 40 dias antes das eleições. Can­­didatura esta barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Posto avançado

Os tucanos de São Paulo acham ótimo que o prefeito Gilberto Kassab vá para o PMDB. Preferem ver o partido nas mãos de Kassab que sob a influência do PT.

Eles acreditam que assim o PMDB pode funcionar como uma espécie de anexo, junto com o DEM que seria comandado por Guilherme Afif Domin­­gos, vice do governador eleito Geraldo Alckmin.

Mas há um "porém" que pode desvanecer o entusiasmo do tucanato: a disposição im­­plícita na mudança de Kassab e a intenção explícita do PT paulista de formarem aliança futura.

Para dar combate ao grupo de Alckmin.

Maiores e menores

A distribuição de gabinetes do Senado, quando não obedece à regra do pistolão, é feita mediante um "ranking" de merecimento de conforto por ordem hierárquica.

Ex-presidentes da República têm direito aos melhores. Em seguida vêm os que já foram governadores, os que já presidiram a Casa, os que foram senadores e agora voltam, os com maior número de mandatos e por último os novatos.

Isso numa instituição de representação democrática, onde o critério mais justo seria o do sorteio.

Budapeste

José Serra voltou de viagem ainda sem saber o que fará da vida política. Está, digamos, na fase das "oitivas".

Instalado no antigo escritório, Serra anda fascinado por dois assuntos: a crise monetária internacional e a Hungria, onde esteve recentemente.

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